28 de abril de 2009

LOVER AVENGED de J.R.Ward

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Resumo

 Caldwell, NY, tem sido há tempos o campo de batalha entre os vampiros e seus inimigos, a Sociedade dos Lessers (Lessening Society). É também o local onde Rehvenge consolidou sua reputação como traficante e proprietário de um famoso nightclub que reúne os ricos e bem armados. Sua reputação sombria é o motivo exato de ter sido procurado para matar Wrath, o Rei Cego e líder da Irmandade.

Rehvenge sempre se manteve distante da Irmandade, mesmo sua irmã tendo se casado com um dos membros. Por ele ser um sympath, sua identidade é mortalmente secreta – se revelada pode resultar em seu banimento para uma colônia dos sociopatas. E conforme as tramas dentro e fora da Irmandade cobram seu preço de Rehvenge, ele se volta para a única fonte de luz em um mundo escuro – Ehlena, uma vampira intocada pela corrupção que o cerca – e a única coisa que se coloca entre ele e a destruição eterna.

Em primeiro lugar tenho de admitir que estava com medo de ler esse livro. Explico: apesar de adorar o estilo da autora e amar a série, os últimos dois livros foram um tanto quanto “diferentes” (não sei se esse seria o termo, visto que para mim essa é uma série única e diferente) entrando em terreno ou situações que não me deixavam ver claramente para onde as coisas estavam caminhando (não que não tenha gostado dos livros, mas estava com medo da direção  que a série estava tomando).  E também teve alguns spoilers e referências no Message Board da autora detalhando certos acontecimentos futuros com os quais ainda não estou tão certa de gostar.

Enfim, meu medo era que a J.R. tivesse perdido a magia e, consequentemente, a série acabasse por desandar. Mas para minha grande surpresa e felicidade o livro é muito bom e quase chega a se igualar aos três primeiros (que são meus favoritos na série até agora). Rehvenge e Ehlena são fantástico juntos e as cenas em que aparecem são ternas e comoventes e hots e apaixonadas. Outros plots também têm resolução e novas situações acontecem  deixando um gancho para o próximo volume e já me deixando ansiosa e na espera de mais de um ano para reencontrar a Irmandade.

Um dos pontos altos do livro é que Ward consegue nos fazer torcer por um personagem que é traficante, cafetão, cruel e assassino. Rehv é tudo isso e muito mais. Como dono do ZeroSum, um clube onde drogas, bebidas, mulheres, jogatina e vários outros vícios são permitidos e encorajados, ele ganha rios de dinheiro, mas também corre altos riscos.  Xhex e Trez e iAm são seus únicos amigos e guarda-costas, além de ajudar na condução do clube e de outros negócios.

Mas esse é um lado de Rehv que a sociedade vampírica não conhece. Ele é um dos líderes do povo, sendo presidente do Conselho, um vampiro respeitado e seguidor das leis. Sua mãe é um dos baluartes da fé, uma mulher que é procurada para falar sobre tradições e festividades. Bella, sua irmã, é casada com Zsadist, um dos membros da Irmandade. Ela nem imagina que ele tem sangue sympath, ou é mestiço. Qualquer vampiro que souber da existência de um sympath entre eles tem a obrigação de entregá-lo ao rei para ser exilado na colônia que fica na fronteira com o Canadá. Se não o fizer corre o risco de enfrentar as leis e os castigos por tal omissão.

Para refrear seu lado sympath, Rehvenge usa dopamina. Ele aplica as injeções constantemente e suas veias já estão infeccionadas e saturadas. Para conseguir a droga ele vai frequentemente à Clinica de Havers, que é o hospital que atende a raça dos vampiros. Lá trabalha Ehlena, uma vampira enfermeira que não tem uma vida fácil e por quem Rehv sempre nutriu uma certa atração. Era ela quem ele sempre desejava que o viesse atender, apesar de nunca ter ultrapassado os limites ou demonstrado esse interesse.

O pai de Ehlena é esquizofrênico e sofre de crises horríveis. Ela é filha única e, consequentemente, a responsável por cuidar do pai viúvo. A família dela fazia parte da glymera (a aristocracia dos vampiros, igual a Ton em Londres na época da regência), mas com a doença do pai perderam tudo e agora vivem em uma casinha alugada e com enormes dificuldades para se manterem. Ela sempre sentiu uma certa atração por Rehv também, mas nunca se achou digna dele, e ele também sempre a amedrontou, assim como às outras enfermeiras e fêmeas em geral – o que é uma característica dele.

Mas tudo muda numa noite quando, depois de uma crise de seu pai, Ehlena chega para trabalhar já emocionalmente abalada e acaba por atender Rehvenge. Ao notar como as veias dele estão inflamadas ela acaba por se preocupar com ele e o procura ao perceber que ele não falou nada ao médico sobre essa condição. É quando começam as conversas por telefone – longas e reveladoras e tão românticas que me fizeram sorrir e suspirar.

Entre os encontros no apartamento dele e as conversas por telefone durante o dia o relacionamento deles floresce e é muito lindo ver os dois juntos. Claro que também há desentendimentos, separações, brigas e até mesmo resgate e superação.

Quanto ao resto da Irmandade e dos acontecimentos que começaram no livro do Phury, alguns foram resolvidos, enquanto outros tiveram mais desdobramentos e com certeza vão continuar no próximo livro da série, que ao que tudo indica vai ser do JM.

JM nesse livro sofreu muito e praticamente se transformou. Se para melhor ou pior vamos ver em seu livro. Eu, particularmente, entendi o que aconteceu com ele e o fez mudar, mas não sei se ainda aceitei bem essa mudança, ou o John que saiu dela. Acho que faltou um pouco de tomada de atitude de Wrath e Zsadist (e, por que não dizer, até mesmo de Thor) para ajudá-lo. Mas, por outro lado, Wrath, que teve uma grande participação nesse livro (não só em importância, mas literalmente), também enfrentou e está enfrentando problemas muito graves e o futuro da raça e da guerra contra os lessers está sobrecarregando, e muito, seus ombros.

O bom é que esse livro reavivou a chama que eu achava ter sido diminuido com os spoiler que tinha visto no Fórum da JR e que não tinham me agradado nem um pouco. E, pelo jeito, J.R. vai conseguir me fazer mudar de idéia e eu ainda vou pagar minha boca…

Uma amostrinha…

- Era isso o que tinha planejado?

Os olhos deles se encontraram. Droga, ela era perfeita. Radiante, como as velas tinha sido. – Você ficando até o cafezinho? Sim, acho que um encontro era o que eu queria.

- Pensei que tivesse concordado comigo?

Cara, aquele tom ofegante na voz dela fazia com que ele desejasse acolhê-la contra seu peito nu.

- Concordado com você? – ele disse. – Diabos, se isso a deixasse feliz eu diria sim para qualquer coisa. Mas a que você está se referindo?

- Você disse... que eu não deveria me encontrar com qualquer um.

Ah, claro. – Você não deveria.

- Não entendo.

Foda-se, mas ele decidiu agir. Rehv colocou seu cotovelo insensível na mesa e se inclinou na direção dela. Conforme ele diminuía a distância, os olhos dela se arregalavam, mas ela não se afastou.

Ele parou para dar a ela a chance de dizer-lhe para parar. Por que? Ele não sabia. Seu lado sympath fazia pausas apenas para analisar ou melhor lucrar com a fraqueza. Mas ela o fazia querer ser decente.

Ehlena não pediu para que ele se afastasse, porém. – Eu... não entendo. – ela sussurrou.

- É simples. Não acho que você deva sair com qualquer um. – Rehv se aproximou ainda mais, até que pudesse ver os pontos dourados nos olhos dela. – Mas eu não sou qualquer um.

Eu não sou qualquer um.

Enquanto Ehlena encarava os olhos ametistas de Rehvenge, ela pensou o quanto isso era correto. Naquele momento de silêncio, com uma explosiva vibração sexual ligando-os e o cheiro de perfume no ar, Rehvenge era todos e tudo.

- Você vai me deixar beijá-la. – ele disse.

Não era uma pergunta, mas ela concordou com a cabeça, e ele acabou com a distância entre os lábios deles.

Os lábios dele eram macios e o beijo suave. E ele se afastou muito rápido, na opinião dela. Muito rápido mesmo.

- Se você quiser mais, - ele disse numa voz baixa, rouca, - eu quero lhe dar.

21 de abril de 2009

PASSION UNLEASHED de Larissa Ione

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Serena Kelley é uma arqueóloga e caçadora de tesouros – uma mulher com um segredo. Desde que tinha sete anos, ela é a guardiã de um poderoso amuleto que lhe concede saúde e imortalidade…desde que permaneça virgem. Mas Serena não é tão inocente. E quando um estranho perigosamente belo a leva à beira do êxtase, ela imagina se finalmente não conheceu o homem a quem não conseguirá resistir.

Wraith é um demônio Seminus com tendências suicidas. Mas quando um antigo inimigo o envenena, ele tem de encontrar Serena e persuadí-la a entregar o único antídoto conhecido no universo – seu amuleto. Mas, quando ela começa a se render às suas seduções e Wraith sente a cura a seu alcance, ele se dá conta da terrível verdade: ele está se apaixonando pela mulher cuja vida ele deve tirar para salvar a sua.

Larissa Ione já vinha me conquistando com seus livros. Após ler esse, me rendi completamente! Ela consegue conciliar suspense e tensão com romance e paixão – e cenas muito sexy – tudo num só livro e, às vezes, ao mesmo tempo, na mesma cena.

Wraith é o caçula dos irmãos Seminus. Sua infância e adolescência não foi fácil. Sua mãe era vampira, o que é uma aberração, visto vampiros não serem capazes de gerar vida – afinal estão mortos. O que se passou foi o seguinte: o pai dele encontrou uma mulher que estava prestes a se tornar vampira e a estuprou (ele era um demônio, afinal de contas), a engravidou e a manteve nesse estado entre a vida e a morte com o dom que possuia (o mesmo que Shade tem, o de fazer os órgãos funcionarem e fazer uma varredura molecular para saber onde está o problema) até que ela desse a luz, obviamente a estuprando constantemente. Quando Wraith nasceu ela já estava completamente louca! Quando tinha cinco anos, ele foi colocado em uma jaula e torturado pela mãe e pela família dela. Aos vinte – quando da primeira metamorfose que ocorre com os demônios Seminus e quando eles passam a precisar de sexo constantemente – a tortura foi se tornando mais cruel, até que num acesso de fúria ele matou a mãe e conseguiu fugir. Depois de dois anos fugindo, os parentes o encontraram e começaram a torturá-lo até a morte. Foi quando Eidolon e Shade o encontraram e salvaram. Mas, ele ficou com sérios problemas: não ligava para a vida das pessoas (nem a própria), matava todo e qualquer vampiro que via pela frente, e era um grande egoísta (ou assim queriam que os outros pensassem). Ele é um exímio lutador e também é o caçador de tesouros do hospital – tanto para conseguir venenos, remédios e artefatos para cura, como para conseguir objetos de valor para venda e a manutenção do hospital.

Mas ele é um personagem mais profundo e interessante do que essa descrição que fiz. No decorrer da série vemos que ele tem muito mais características boas do que ele quer nos fazer ver. E agora, ele é envenenado por um assassino profissional. E é uma toxina que não tem antídoto, até descobrirem sobre um segredo guardado pelos anjos: os humanos encantados. Esses humanos são imortais e carregam um amuleto poderoso. E esse amuleto pode ser a salvação para Wraith.

A descoberta desses seres só se dá por que o mal também está atrás do mesmo amuleto e o vilão consegue remover o feitiço que protegia o guardião.

Serena Kelley é a guardiã cuja proteção foi removida. Quando tinha sete anos, foi ferida por um demônio Mara – um demônio que um veneno específico e que não tem cura. Ela então recebe o amuleto e o encantamento que a mantém sadia e imortal. Mas para isso, ela precisa se manter virgem. Só que ela é uma mulher muito sensual e essa parte do procedimento está sendo difícil de lidar.

Wraith parte para encontrar Serena e usando seu poder – o de entrar na mente e sonhos das pessoas – ele descobre que ela está no Egito, procurando artefatos encantados para o Aegis. Ele se faz passar pelo contato dela – Josh – e vai conquistando a confiança dela. Só que, ao mesmo tempo, ele também vai sendo conquistado por ela. Enquanto a protege do demônio que também está atrás do amuleto, Wraith vai se vendo cada vez mais envolvido por Serena e chega naquela encruzilhada: consegue o encantamento e mata Serena (afinal somente o encantamento a protege do veneno em seu organismo) ou morre e a deixa à mercê do poderoso vilão (fora outros detalhes que são spoilers e não falarei).

O livro tem um ritmo rápido e a tensão e o suspense vão aumentando cada vez mais. Como resolver essas questões e conseguir o final feliz? Larissa magistralmente nos conduz nessa viagem e parece que só conseguimos respirar bem no finalzinho.

Destaco ainda um presente. No final do livro há um Compêndio com os dados dos personagens, as especificações das raças e tipos de demônios e o grau de maldade deles e a história de como os irmãos salvaram Wraith dos vampiros. No site da Larissa há esse Compêndio que pode ser lido on line.

17 de abril de 2009

DESIRE UNCHAINED de Larissa Ione

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Runa Wagner  nunca pretendeu apaixonar-se pelo estranho sexy que parecia saber seus desejos mais profundos. Mas não pode resistir à incrível paixão que os consumiu, uma paixão que morreu quando descobriu a traição dele e se encontrou mudada para sempre. Agora, determinada a fazer Shade pagar pela transformação que a assombra, Runa o procura e acaba prisioneira do pior inimigo dele.

Um demônio Seminus com uma maldição de amor que o ameaça a um tormento eterno, Shade esperava ter deixado Runa e seu charme irresistível para trás. Mas quando acorda em uma masmorra escura acorrentado perto de uma raivosa e misteriosamente poderosa Runa, ele percebe que o efeito que ela exerce sobre ele está mais perigoso do que nunca. Quando o sequestrador deles lança um feitiço que os força a ser companheiros , Shade e Runa têm de lutar pelas suas vidas e seus corações – ou sucumbir aos planos malignos de um louco.

Nesse segundo livro da série Demonica temos a história de Shade e Runa.

Shade além de ser um demônio Seminus, herdou da mãe Umber o dom de ver a dor e a mágoa que uma pessoa traz dentro de si (mas só as mulheres) e as retirar – às vezes usando técnicas de BDSM. É assim que se envolve com Runa, uma humana. Ele sente que ela precisa de alguém e é atraído até ela e eles começam um relacionamento. Quando ele percebe que está ficando sério, decide terminar, mas antes disso ela o pega na cama com duas fêmeas e sai transtornada do apartamento dele e eles nunca mais se vêem.

Depois de quase um ano, eles se reencontram presos em uma cela, numa masmorra. Runa está diferente: mais alta, mais musculosa, mais poderosa. Shade então descobre que, logo após sair do apartamento dele chorando e sofrendo, ela foi atacada por um lobisomem – um Warg – e agora ela é uma também. Só que ele não sabe que ela também trabalha para o exército, numa divisão que estuda demônios e outros seres da noite e que, devido a algumas experiências, ela pode se transformar quando quiser, sem esperar pela lua cheia.

Claro que o relacionamento entre eles não é o melhor, mas o captor deles, para torturar Shade, força o ritual de união, fazendo com que eles se transformem em companheiros. Para um demônio Seminus, isso significa que não poderá mais fazer sexo com nenhuma outra mulher a não ser aquela a quem está unido. Como os Seminus são da espécie Incubus (demônios sexuais) e precisam de sexo várias vezes ao dia dá para se perceber o que o louco queria!

Um outro problema: Shade foi amaldiçoado por um mago. Essa maldição diz que se um dia ele se apaixonar, ele vai desaparecer aos poucos e ficar a eternidade num limbo – vivo, mas sem ser visto e nem podendo tocar ou ser tocado. Então, como ele já sentia uma atração por Runa, ele tem de lutar para não a amar. O que é difícil, pois Runa, apesar de estar brava e magoada, o trata com respeito e carinho e está sempre disposta a ajudá-lo a enfrentar as situações adversas. Runa e Shade são muito interessantes juntos. Tem humor, drama, cenas hots e carinhosas e muitas e muitas brigas e discussões.

Vejam quando se reencontram na masmorra:

- Shade.

A voz feminina parecia familiar, mas ele não conseguia identificá-la com o zumbido em seus ouvidos. Ele não conseguia abrir os olhos, também.

- Shade. Acorde. – Uma mão sacudiu seu ombro, não gentilmente, como ele esperava que uma fêmea fizesse depois de passar a noite com ele. Diabos, ela devia acordá-lo com a boca em seu…

- Shade, maldição, acorde!

Gemendo, ele rolou de costas, encolhendo-se com a dor aguda latejando atrás de seu crânio.  - Estou acordado, baby. Estou acordado. Pode montar.  Eu já te acompanho.

- Obrigada! Não quero. Mas me chame de baby de novo  e arranco sua boca fora!

Shade entreabriu os olhos. Piscou para o rosto borrado que estava acima dele. Piscou novamente.

- Runa?

- Você se lembra de meu nome? Desculpe-me enquanto eu desmaio de choque!

É um livro que você não consegue largar, pois quer ver como a autora vai resolver os problemas e também porque os personagens são apaixonantes.

Outro casal que aparece no livro, e me agradou muito é Gem e Kynan. Gem é uma médica mestiça (humana/demônio) e Kynan é um Aegis (os que caçam os demônios). O relacionamento deles é muito sofrido e Larissa deve estar preparando um livro para os dois (assim espero).

12 de abril de 2009

BROKEN WING de Judith James

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Abandonado quando criança e criado em um bordel, Gabriel St. Croix nunca conheceu carinho, amizade ou afeição. Embora fluente em sexo, ele nada sabe sobre amor. Perdido e sozinho dentro de um mundo de pesadelo, tudo o que ele sempre quis era sua companhia e um lugar a que pertencer. Escondendo feridas físicas e emocionais atrás de uma fachada fria, seu único relacionamento era com um menino a quem ele passou os últimos cinco anos protegendo da brutal realidade do ambiente em que viviam. Mas tudo isto está para mudar. A família do garoto o encontrou, e estão vindo para buscá-lo.

Sarah Munroe se culpa pelo desaparecimento do irmão. Quando ele é localizado, seguro e sem ferimentos apesar do local onde estava vivendo, Sarah jura ajudar o homem que o resgatou e protegeu quando ela não pode. Com amorosa paciência, ela ajuda Gabriel a encarar seus demônios e o ensina a confiar na amizade e no amor. Mas quando o passado volta a perseguí-lo, Gabriel deve encará-lo sozinho.

Transformando-se em mercenário, pirata e um jogador profissional, Gabriel viaja para Londres, França e à Costa Bárbara numa tentativa desesperada de encontrar Sarah novamente e tudo o que aprendeu sobre o amor. No caminho, contudo, ele irá descobrir que a viagem mais perigosa, e o maior de todos os jogos, estão dentro das profundezas escuras de seu próprio coração.

Esse resumo me conquistou. Decidi, então, ler o livro e o achei muito bom.

Judith James cria personagens que fogem da fórmula do romance histórico. Aqui, o herói é um prostituto, um jovem que não teve chance na vida de se tornar outra coisa. Gabriel foi abandonado ainda criança em um bordel. Quando tinha 14 anos, foi vendido a um nobre, que além de o usar sexualmente, o educou como pajem. Assim, Gabriel aprendeu música, a ler e a escrever, a cavalgar, enfim, tudo que um rapaz nobre aprenderia. Mas essa vida durou pouco. Aos 16 tentou fugir e foi punido severamente e devolvido ao bordel onde vivia. Depois de um tempo, um menino inglês – James – também chega ao bordel e Gabriel o toma sob sua proteção. James tem 5 anos e Gabriel o ensina a ler e a escrever, o protege e defende a um alto custo a si mesmo. Depois de cinco anos, a família de James o encontra e parte para a França para resgatá-lo.

Sarah e Ross, seu meio irmão e Conde de Huntington, chegam ao bordel para resgatar James. Eles não sabem o que encontrarão ou em que estado James estará, mas estão decididos a levá-lo de volta à Cornualha. Com surpresa vêem que James ainda é um menino inocente e sem ferimentos. Ele conta a seus parentes que Gabriel o protegia como a um irmão e que não partirá sem ele. Ross é contra a idéia de levar um homem com esse passado para casa, mas Sarah o convence e diz que devem fazer isso, pelo menos, até James se acostumar a nova vida.

Quando Gabriel encontra Sarah e Ross pela primeira vez ele é cínico e se mostra brutalmente indiferente e provocador. Mas, ao receber a proposta de trabalhar por um ano como companheiro de James, com um salário que lhe proporcionaria independência e saída dessa vida, ele aceita de imediato.

Na Cornualha, Gabriel e Sarah começam um relacionamento de agressão e que depois para a confiança e que os leva ao amor. Gabriel, a princípio, quer chocar Sarah, fazê-la enxergar que tipo de homem ele é: um homem que vendia seu corpo por dinheiro, que aceitava e sofria as piores perversões. Mas Sarah só enxerga um menino apavorado, um homem que, apesar das dificuldades e da falta de amor e da solidão, não se degradou, não se tornou mau, nem sádico, nem abusador. A forma como Judith James retrata esse relacionamento é muito bonita! Sarah e Gabriel vão se descobrindo e se conhecendo aos poucos, trocando segredos e histórias.

A vida de Sarah também não foi fácil. Obrigada a se casar aos 16 anos com um velho, por um tio que assumiu o comando da família quando Ross foi dado como morto, Sarah foi praticamente estuprada e, não aguentando, fugiu do marido. James, que seria o herdeiro de Ross, tinha apenas cinco anos e desapareceu quando era enviado ao internato. Agora ela é viúva, mas não quer mais compromisso com homem algum.

Sarah tem um primo, Davey, que é capitão de navio – corsário, segundo ele, pirata, segundo Ross. Davey e Ross treinam Gabriel para se tornar marinheiro e aprender a lutar. Gabriel, mesmo quando vivia no bordel, sentia o chamado do mar, então foi fácil para ele se adaptar a essa nova vida. É lindo ver Gabriel feliz, pois para quem não tinha esperança alguma, ele encontrou uma família, uma profissão e o amor. Mas, o destino sempre prega peças e o amor de Gabriel e Sarah vai ser posto a teste.

Uma nova autora para mim, Judith James me conquistou. Apareceu um outro personagem no livro – Jacques, Chevalier de Valmont. Espero que ela escreva algo sobre ele também.

Um Trecho:

Gabriel se sentia embriagado, como se tivesse passado por um espelho de contos de fadas e caído em um mundo encantado. Ele sabia que estava apaixonado por ela, profundamente, docemente, loucamente apaixonado. Seu mundo era escuro e sem cores antes de ela entrar em sua vida, destituído de qualquer emoção forte, exceto ódio, desespero e medo. Ela abriu seus olhos para o maravilhoso, o recebeu em seu lar tão ardentemente quanto a seus irmãos, ou Davey. Ela preenchia cada pensamento que tinha quando acordado e seus sonhos quentes e desejosos, mantendo os pesadelos longe e lhe dando uma razão para desejar o sono, ao invés de o temer. Ele era sempre respeitador, cuidadoso em não arriscar o laço que crescia entre eles, e ele estava verdadeiramente feliz pela primeira vez em sua vida.”

4 de abril de 2009

SOUVENIR de Therese Fowler

 

Resumo:

Presa a um casamento rotineiro, Meg Powell divide seus dias entre os cuidados com o pai viúvo e com a filha adolescente, cujo violento despertar da sexualidade inspira preocupações.

Astro do rock, depois de muitos anos Carson McKay volta à cidade natal para cuidar de seu casamento com uma mulher mais jovem.

Duas vidas completamente distintas. Mas, um dia, duas décadas antes, Meg e Carson haviam sido una e carne. Namorados de adolescência, formavam o típico casal que todos esperam ver casados ao completarem 21 anos. Pelo contrário: ao chegar à maioridade, Meg anunciou repentinamente que iria se casar com outro homem. O motivo – necessidade financeira – nunca chegou ao conhecimento de Carson. Magoado, ele abraçou à música, caiu na estrada e ganhou o mundo.

Agora, Carson está de volta e a ponto de dar um significativo passo na vida. É justamente quando Meg faz uma descoberta que irá perturbar o equilíbrio de todos à sua volta. E a lembrança do primeiro amor poderá se tornar realidade uma última vez.

 

Um livro intenso! Não consegui largar. Uma história triste e que mostra as escolhas que se apresentam em nossa vida, as oportunidades que abraçamos e as que desperdiçamos, o arrependimento e como a única coisa que resta, depois da decisão tomada, é levantar a cabeça e seguir em frente.

Foi isso que Meg e Carson fizeram. Depois que ela decidiu se casar com Brian – um casamento que salvou a fazenda da família e o futuro de suas irmãs – Meg se dedicou ao marido e a filha e à Escola de Medicina. Carson transformou sua dor e raiva em músicas e se tornou um rock star famoso e rico. Ambos bem sucedidos em suas carreiras, mas com a alma vazia. Engraçado como as pessoas podem viver normalmente sem suas almas! Vivem, amam, trabalham e fazem todas as atividades do cotidiano, mas fica sempre aquele vazio, aquela dor e insatisfação. Therese Fowler conseguiu transmitir bem essa situação, essa sensação.

Savannah, filha de Meg, é uma adolescente inteligente e sensível. Adorei essa personagem e o modo como mostrou que na adolescência somos tão ingênuos e crédulos e rebeldes e não vemos a realidade, mas aquilo que queremos. Savannah enfrenta problemas difíceis e, quem tem adolescentes na família, há o conselho de sempre observar e participar da vida deles.

Esse é um livro que traz questões dolorosas e que evitamos pensar. Mostra que viver sem saber, sem se analisar a fundo, sem remexer no passado é mais fácil e menos perturbador, mas não o ideal.

Engraçado, nunca faço associação de música com livro. Raramente penso nisso. Mas hoje, ouvindo Bring me to Life do Evanescence, achei que ela se encaixava muito bem nessa história, principalmente duas frases da música:

Frozen inside without your touch, 
without your love, darling.


Bring me to life. 
I've been living a lie/There's nothing inside.



Deixo o clipe da música, que também acho fantástico.


 




 

2 de abril de 2009

LAÇOS DE PECADO de Nora Roberts

Neste terceiro volume, chegou a hora de você conhecer Shannon Bodine, uma norte-americana que não conhece suas raízes familiares… ou a paixão que sente por um homem extraordinário.

Talentosa artista gráfica, a vida de Shannon gira em torno de seu trabalho numa famosa agência de publicidade de Nova York. Mas seu mundo vira de cabeça para baixo quando descobre a identidade de seu verdadeiro pai: Thomas Concannon. Respeitando o último desejo de sua mãe, já falecida, Shannon viaja, relutante, para o Condado de Clare. Lá, sua solidão e embaraço se diluem com o carinho da família que nunca soube que existia. E, cercada pela bela paisagem irlandesa, impregnada de lendas e misticismos,  descobrirá a possibilidade de um amor que vai significar…

Um livro muito bom para fechar uma maravilhosa trilogia!

Amanda está em seu leito de morte. Vendo que seu tempo está acabando, ela resolve revelar à Shannon a verdade sobre seu nascimento. Para Shannon é um choque descobrir que não é filha biológica do homem a quem sempre chamou de pai e a quem amava muito.

Esse choque se torna ainda maior ao descobrir que suas irmãs por parte de pai estão procurando por ela e querem conhecê-la. Sendo filha única, sem nenhum outro parente vivo, ela não sabe se quer ou não dar esse passo e conhecer essas estranhas com quem tem laços de sangue.

Decide ir para a Irlanda e ver o que acontece. Lá encontra, além das irmãs – Maggie e Brianna – e seus maridos,  um fazendeiro adorável e charmoso: Murphy Muldoon. Ai, o que falar de Murphy? Ele é perfeito!!! Já o conhecia dos outros livros. O vizinho das irmãs Concannon. Aquele que era praticamente um irmão para elas. Agora, ele se apaixona à primeira vista por Shannon.

Murphy, como já disse, é perfeito (lógico que tem um ou outro defeito, mas dá para ignorar rsrsrsrsrs). Ele é trabalhador, bonito, cabelos negros e olhos azuis profundos. Além do mais, ele é romântico, apaixonado e sabe o que quer. AMEI!!!

O livro de Brianna continua sendo meu favorito. O casal Gray/Brianna é fantástico, mas Laços de Pedado vale a pena por causa de Murphy. Recomendo!

Só uma reclamação: A Editora Bertrand Brasil está deixando a desejar. No livro anterior houve vários erros, como palavras escritas juntas ou faltando letras. Nada que prejudique a leitura, mas mostra falta de cuidado e de revisão. Mas em Laços de Pecado, vejam só: na página 258 temos um diálogo entre Maggie e Shannon. Vou reproduzir como está no livro (quem tiver, pode conferir, pode ser que o defeito esteja somente no meu)

- Ele só pensa em você

- Bem, minha não está assim tão concentrada ainda. Inteiramente.

Entenderam? Nem eu. Minha o quê? Mente, idéia, sei lá? Pelos preços cobrados pelos livros, deveria haver um maior rigor com a revisão para evitar erros assim.