30 de julho de 2013

Ouro de Chris Cleave

Kate e Zoe se conheceram aos 19 anos, nas eliminatórias de um programa para jovens talentos do ciclismo de elite - um esporte que exige foco e comprometimento. Após mais de uma década, aos 32 anos, elas se preparam para enfrentar a última e mais grandiosa prova de suas vidas - os Jogos Olímpicos de Londres, em 2012.

Amigas e também grandes rivais, Kate e Zoe são atletas no topo do ranking, lutando para vencer a competição mais importante do mundo. Com vidas marcadas pela tragédia, cada uma delas tem muito a perder, e as duas se veem diante do desafio de optar entre a família e a glória no esporte.

'Ouro' é uma história sobre os limites da resistência humana, tanto física quanto emocional, sobre maternidade e amor, e sobre o que nos permite, em nossas diferentes maneiras de agir, alcançar feitos memoráveis. O autor analisa as escolhas que são feitas quando a vida está em risco e tudo o que se ama está em jogo.

 

Esse resumo já me conquistou, mas devo dizer que o livro me surpreendeu muito e fiquei encantada com a história que Cleave nos trouxe.

O livro começa já nas Olimpíadas de Atenas em 2004 e Zoe está se preparando para competir pela medalha de Ouro na prova de Ciclismo. Tom, o técnico, a ajuda a entrar no clima, pois ela está triste por causa de Kate. Logo descobrimos que Kate ficou na Inglaterra para cuidar da filha, Sophie, ainda um bebê. E assim vamos percebendo que Zoe e Kate são rivais, mas também amigas. E vamos percebendo também que a família é algo muito importante para Kate, enquanto a vitória é tudo para Zoe.

A história  vai sendo narrada no presente, mas traz muitos flashbacks mostrando como Kate e Zoe se conheceram e como Jack, marido de Kate, também foi se misturando na relação delas. Zoe é super ambiciosa e para ela só interessa estar por cima, não importando o que precise fazer ou quem precise ferir. Kate também tem ambições, mas ela não coloca seus desejos acima de tudo e de todos para atingir seus objetivos. Ela tem um coração mole e isso é constantemente explorado por Zoe.

Tom é o técnico de ambas e vemos que ele é super exigente com as duas. Eu tinha a impressão de que ele protegia Zoe, só que ele também ajudava bastante Kate. Principalmente se considerarmos que Sophie está com leucemia e seu tratamento é brutal. Muitas vezes Kate tem de sacrificar seu treinamento para cuidar da filha e Tom é super compreensivo com ela.

Jack também é um ciclista de ponta e um dos melhores do mundo. E ele também é um pai maravilhoso e divide com Kate o tratamento da filha. Eles combinaram com os respectivos treinadores e criaram uma escala de treinamento em que um sempre estaria disponível para Sophie. Gostei de ver como o casamento de Jack e Kate parece sólido e maduro, mesmo com todos os problemas e provações. E, conforme vamos descobrindo os obstáculos que eles enfrentaram para chegarem onde estão, ficamos ainda mais admirados e confiantes no amor deles.

Sophie é maravilhosa! Ela sabe que os pais estão se preparando para as Olimpíadas de Londres em 2012 e faz o possível para eles não perceberem o quanto está mal de saúde! É de cortar o coração em alguma cenas, pois apesar de ter 8 anos, Sophie se revela muito madura para a idade. Ela é fanática pelos filmes Guerra nas Estrelas e sonha em ser uma Jedi. É nessa fantasia que ela busca as forças para lutar contra a doença e é através da Força que ela consegue lutar contra Darth Vader – seja ele a leucemia ou a ameaça que Zoe representa para o "ouro" que sua mãe busca.

O trabalho de pesquisa do autor foi muito bom, pois ele nos trouxe bem como é o mundo e a vida e o treinamento (treinamento = vida) de um atleta de elite do ciclismo. A alimentação, o treino duro e brutal, não apenas nas bicicletas, mas também na musculação e na preparação psicológica,  tudo é pensado e feito para deixar o corpo no limite da perfeição para se chegar ao Ouro Olímpico. Nunca tinha imaginado tamanha dedicação e comprometimento, apesar de saber que o profissionalismo é exigente. Muito interessante de se acompanhar!

Confesso que algumas revelações sobre os personagens e seus passados e vidas  me deixaram de boca aberta, pois foram situações que jamais imaginei. Tom foi um dos personagens que mais me comoveu e mais me fez pensar e, para mim, trouxe alguns insights bem legais, principalmente sobre envelhecer e sobre as diferenças entre gerações. É dele também uma das frases que mais me fez rir e que eu ainda pretendo usar algum dia: "Ah, vai se foder, vida."  (pág. 59).

Kate, Jack, Zoe e Tom vão se alternando na narração do passado e do presente e são personagens muito reais e nos causam reações bem diversas: tem vezes que os adoramos, tem vezes que os odiamos! Mas é impossível não perceber que eles são humanos e cometem erros e acertos e estão sempre buscando melhorar e crescer – se bem que tem vezes que eles conseguem se complicar bastante...

Amei a história  e gostei do modo como o autor usou o Guerra nas Estrelas como um modo de fuga para Sophie (apesar de achar que tem mais do que isso aí...) e adorei relembrar os personagens que são tão marcantes.  Não  dá para falar muito mais da história sem  dar spoilers, então fecho com o que está escrito na capa de trás do livro:

"Este é um livro sobre os limites da resistência humana, tanto físicos quanto emocionais. Um livro que fala sobre o que nos direciona ao sucesso -  e sobre o que escolhemos sacrificar para alcançá-lo.

Um livro sobre o desafio que enfrentamos todos os dias: o conflito entre a vitória aos olhos dos outros e o triunfo pessoal.

... O que acontece no livro é apenas parte da história – o que realmente importa é como você se SENTE ao ler. "

Um livro maravilhoso! Recomendo.

26 de julho de 2013

Son of the Enemy de Ana Barrons

"A verdade está enterrada na memória dela. Desenterrá-la poderá matar a ambos."

O agente do FBI John Daly passou 23 anos estudando psicologia, tentando entender como seu pai acabou na prisão, condenado por um homicídio brutal.

E então ele recebe a carta. Falando sobre violação das evidências. Falando sobre a única testemunha, uma menina de 6 anos, agora com uma diretora de escola de 29 anos. Em algum lugar, enterrado em suas memórias, está a identidade do verdadeiro assassino.

John sabe que não deve ir disfarçado para se aproximar de Hannah Duncan, mas o sangue fala mais alto do que a tinta em seu pagamento.

Hannah está realmente tentando não se apaixonar pelo escritor fazendo pesquisa sobre a escola dela, mas John vem derrubando cada uma das defesas que ela construiu depois do assassinato da mãe e da rejeição do pai. Acendendo um fogo que está queimando mais alto do que qualquer um antes.

Alguém a está observando, deixando rosas e bilhetes enigmáticos. E quando as similaridades entre o perseguidor de Hannah e o assassino de sua mãe começam a aumentar alarmantemente, John tem de decidir o que significa mais para ele: a liberdade de seu pai... ou o amor de Hannah.

 

Esse é o primeiro livro que leio dessa autora e posso dizer que adorei o estilo dela! O suspense é crescente e, mesmo quando a gente acha que já desvendou o mistério, vem surpresas e reviravoltas que nos deixam de queixo caído.

John e Hannah são vítimas de um mesmo crime! O pai dele é acusado pelo assassinato da mãe dela. E, a partir desse dia, duas famílias são separadas e a vida de duas crianças nunca mais será a mesma.

John, com quase 12 anos, vê seu pai ser preso e algemado e condenado. Um pai, que era tudo para ele, lhe é tirado de forma brutal. E o que doía mais era saber que o pai estava disposto a abandonar a família por outra mulher.... A mãe dele nunca perdoou o marido e pegou John  e sumiu da cidade logo após a prisão.

Hannah, com 6 anos, estava debaixo da cama no quarto no momento em que a mãe foi assassinada. O trauma foi tanto que ela não se lembrava do que aconteceu direito. Ela só lembrava que o assassino repetia "eu te amo" sem parar enquanto esfaqueava sua mãe. E isso foi a peça chave para condenar Sam Daly, visto terem evidências de que ele era amante de sua mãe. E, por ser muito parecida com a mãe, ela enfrentou o desprezo do pai a partir desse dia!

Agora, 23 anos depois, Hannah é diretora do internato onde o pai a abandonou aos 14 anos. Depois de uma adolescência conturbada e perturbada, ela agora é uma pessoa super querida pelos professores e alunos, e uma profissional competente. Mas o assassino de sua mãe a fez duvidar do amor e ela tem medo de se apaixonar.  Até que conhece John Emerson, o escritor que veio fazer pesquisa para escrever um livro sobre a escola...

John é formado em psicologia, inclusive com doutorado, e trabalha no FBI. Sua ambição é descobrir um modo de inocentar seu pai. Até que um dia chega uma correspondência dizendo que seu pai é inocente e que as provas foram forjadas e a testemunho não era confiável, pois Hannah foi conduzida no depoimento. E, por isso, ele tira uma licença e vai atrás da testemunha chave: Hannah.

E vamos acompanhando John se aproximando de Hannah para enganá-la, pois só quer as memórias que ela tem daquele dia fatídico. E vamos vendo Hannah começando a se apaixonar por John, mesmo lutando muito contra tal fato, pois ela tem medo do amor. E só ficamos esperando a tragédia acontecer, pois quando a verdade vier a tona o sofrimento vai ser grande... Mas mesmo condenando as táticas de John, não dá para ficar indiferente à ele e o modo como essa aproximação com Hannah também vai começando a modificá-lo.

Só que nem só de tragédia anunciada se faz esse livro! Um maluco está a solta e está perseguindo Hannah, deixando rosas e bilhetes e esquilos mortos como presente para ela. E, conforme a investigação de John avança, ele descobre que a mãe de Hannah passou pela mesma coisa antes de ser assassinada. Será possível que o mesmo homem esteja agora assediando a filha? E, se for, não será esse o verdadeiro assassino? E agora, John deve provar a inocência do pai ou proteger a mulher a quem veio a amar?

Barrons vai construindo a história de tal forma que o suspense vai sempre num crescendo e os personagens vão se enredando cada vez mais numa teia de perigos e situações complicadas, e tudo isso sem descuidar do romance entre Hannah e John. Um suspense romântico muito bom e surpreendente!

20 de julho de 2013

Will & Will–Um Nome, Um Destino de John Green e David Levithan

Em uma noite fria, numa improvável esquina de Chicago, Will Grayson encontra... Will Grayson. Os dois adolescentes dividem o mesmo nome. E, aparentemente, apenas isso os une. Mas mesmo circulando em ambientes completamente diferentes, os dois estão prestes a embarcar em um aventura de épicas proporções. O mais fabuloso musical a jamais ser apresentado nos palcos politicamente corretos do ensino médio.

 

Um livro absolutamente delicioso e com um bom humor e alto astral fantásticos! E isso mesmo se levando em conta que nenhum dos Will Grayson sejam pessoas otimistas e alegres...

Um dos Will Grayson tem um estilo de vida em que segue duas regras que criou: 1. Não se importe com nada e 2. Cale a boca! Então ele tenta viver o máximo possível na dele, sem chamar muito a atenção e esperando o final do ensino médio. Mas é meio que impossível passar despercebido quando seu melhor amigo é Tiny Cooper, um garoto de 1,98 m e 130 kg e absolutamente gay e feliz e popular! E agora Tiny resolveu que vai investir e montar seu musical – a história de Tiny Cooper – e ele decidiu que esse vai ser o melhor musical de todos os tempos!

O outro Will Grayson tem poucos amigos e é super fechado, não revelando nada de si para ninguém, nem mesmo sua mãe. Will é gay e ainda não sabe como se abrir com quem ama. Ele vive um romance virtual com Isaac, um rapaz que vive bem longe e o único com quem consegue ser ele mesmo!

Como o resumo diz, os dois se encontram – e esperar esse encontro é bem interessante, pois como já vamos conhecendo os personagens, ficamos imaginando como eles irão interagir. E, claro, qual será a reação de Tiny ao ver dois Wills Grayson...

As tiradas dos dois Wills e Tiny são maravilhosas. Me peguei rindo várias vezes. Mas o livro também traz um tom sério e mostra bem as agruras da adolescência. Há as alegrias de descobrir o amor, o valor e delícias e dificuldades da amizade, o relacionamento com os pais, e, claro, a escola e suas matérias e ligação social. Gostei do modo como os autores trataram o tema da homossexualidade sem cair no piegas ou no dramalhão ou na comicidade.

Mas na minha opinião Tiny roubou a cena dos dois Wills e acabei completamente apaixonada por ele! Ele é um grande amigo, talentoso, um tantinho egocêntrico e completamente focado em seu musical. Ele é a força propulsora do livro e é impossível ficar indiferente em sua presença.

Não conhecia nenhum dos autores (apesar de eu ter um livro do Green em minha pilha desde a Bienal) e adorei o estilo de ambos. Recomendo!

14 de julho de 2013

A Lista dos Meus Desejos de Grégoire Delacourt

Até que ponto o dinheiro traz a felicidade? Essa é a questão central de A Lista de Meus Desejos, o fenômeno de crítica e público que ultrapassou a marca de 400 mil exemplares vendidos na França.

Jocelyne Guerbette é uma mulher de meia-idade que vive numa pequena cidade francesa e divide seu tempo entre o trabalho no armarinho e a vida pacata com o marido. Tudo muda quando ela decide jogar na loteria e, sozinha, ganha 18 milhões de euros.

É o início de uma reviravolta em sua vida. Por um lado, tudo em que ela sempre acreditou começa a desmoronar diante de seus olhos. Por outro, Jo poderá descobrir a felicidade onde nunca havia esperado. A lista de meus desejos é um livro tocante sobre a felicidade e um conto de fadas moderno sobre a redenção nos momentos mais difíceis.

 

Surpreendente e impactante! Essa é a sensação que fica ao ler essa incrível história.

O autor consegue pegar um tema que sempre está na mente das pessoas: e se eu ganhasse na loteria sozinho? O que eu faria? Quais são meus desejos e sonhos se eu tivesse dinheiro de sobra? Como minha vida mudaria se eu ficasse milionária da noite para o dia? E é acompanhando o passo a passo da vida de Jocelyne, antes e depois de ficar milionária, que vamos nos encantando e surpreendendo e vendo que há muito mais do que dinheiro e desejos na vida e que, de repente, ter muita grana para fazer tudo o que se quer nem sempre é a resposta que precisamos para sermos felizes.

Jocelyne é uma mulher de 47 anos, casada, 2 filhos que já saíram de casa e estão começando vida própria. Ela e o marido, Jocelyn (vejam que engraçado e inusitado!), vivem na cidade de Arras, no interior da França, onde ele trabalha na fábrica da Haagen Dazs e ela é dona de um armarinho – Armarinho da Jo. Ele tem desejos bem claros: uma TV de tela plana, um Porsche Cayenne e a coleção completa em DVD de 007. Ela só quer viver bem e ser  feliz. Ela tem duas amigas – irmãs gêmeas – que são impagáveis e alegres e que toda semana jogam na loteria e ficam fazendo planos para o dinheiro que um dia ganharão. E são essas amigas que fazem Jo se arriscar no jogo pela primeira vez. E, para surpresa de nossa heroína, ela ganha 18 milhões de euros!

E é então que Jo começa a questionar sua vida, seu relacionamento com o marido e filhos, com suas amigas. E se esse dinheiro mudar tudo? E se ao invés de a verem como mãe, seus filhos comecem a vê-la como mãe rica e começarem a tratá-la diferente? E Jo, seu marido, será que vai mudar com ela? É intrigante ir acompanhando esses questionamentos ao mesmo tempo em que vamos vendo o negócio de Jocelyne ir florescendo! Ela começou um blog sobre tricô, costura e vida em geral e alcança um grande número de visitas e começa a fazer amizades virtuais e reais através dele. Com o sucesso do blog, ela cria uma loja virtual para vender os produtos de seu armarinho e vai conseguindo se manter e melhorar a situação da loja e da família.

E enquanto isso Jo vai fazendo listas do que faria e quer agora que pode gastar a vontade. E cada vez ela vai incrementando os desejos e anseios.  E isso vai fazendo com que seus questionamentos aumentem ainda mais com relação ao dinheiro que ganhou e a vida que vem levando até agora com seu marido e amigas e sua vida em geral. E essas dúvidas vão caminhando até que o destino se encarregue de decidir por ela... e as reviravoltas são impressionantes e inesperadas!

Adorei o modo como Grégoire escreve! Ele consegue transmitir um mundo de emoções com uma simples sentença ou palavra! E o modo como ele parece compreender a alma e anseios femininos é fenomenal! Me emocionei muito lendo esse livro, pois cada página traz algum sentimento diferente e intenso. E o modo como Jo vai nos conduzindo através de suas dúvidas e anseios e questionamentos e vida é algo único e lindo! Super recomendo esse livro!!!!

E reparem na beleza da capa! Achei que ficou perfeita para a beleza que é essa história!

9 de julho de 2013

Mark of the Bear de N.J. Walters

Aos 29 anos, a rainha dos gritos, Kellsey Morris, está agudamente consciente do correr do relógio em sua carreira. Felizmente, o grande  papel de que precisava para pavimentar seu fundo de aposentadoria acabou de chegar: a história de um guerreiro transmorfo imortal preso em um Parque de Diversões dirigido pelos servos do Diabo.

Quando Kellsie chega ao set não resiste subir no urso muito realista do carrossel e se vê jogada em um mundo em que o terror é real. Tão real quanto o calor gerado pelo belo homem quase nu em seus braços.

Marko esperou uma eternidade pela chance de libertar sua deusa, A Senhora das Feras, e seus companheiros guerreiros de uma antiga maldição. Mas quando põe os olhos em Kellsey, ele percebe no fundo de sua alma que seu dever é protegê-la.

Mas nesse jogo demoníaco, é a vez do Diabo. E não há como prever quando e onde o golpe fatal e brutal cairá – e qual amante terá de pagar o preço final.

Hades Carnival # 2

 

Eu achei muito interessante o modo como a autora fez para não repetir a fórmula do primeiro livro, visto que a série tem o mote de sempre ter uma mulher libertando um guerreiro imortal preso a um carrossel. Nesse volume, vemos que Hades não é trouxa e já percebeu – analisando Aimee – que as mulheres destinadas a libertar os guerreiros possuem uma certa energia que dá para ser percebida e seguida por ele e seus servos. E então ele parte para buscar essas mulheres e não deixar tudo nas mãos do destino e do tempo.  E é assim que ele chega a Kellsie!

Kellsie é uma atriz especializada em filmes de terror e é conhecida como Rainha do Grito. Mas está vendo sua carreira patinar e está percebendo que logo ela não será mais chamada para trabalho algum. De repente ela consegue o papel principal em um filme onde ela será a heroína que libertará um guerreiro imortal de sua prisão, na forma animal, em um parque dirigido pelos servos do diabo... É a chance que ela estava esperando para aumentar sua conta bancária para a aposentadoria e mais do que depressa ela parte para o set de filmagem. Lá ela é recebida por uma simpática mocinha, Brittany, e vai sendo apresentada ao resto da equipe. O que ela não percebe é que o maquiador não vai ter trabalho algum para transformar os "atores" em figura demoníacas...  E logo ela descobre o set e o carrossel onde há três figuras impressionantes: um urso, um leão e um lobo. Como Kellsie sempre teve uma grande ligação com o urso, não é difícil perceber qual animal mais a atrai e qual o guerreiro que ela libertará...

Quando Marko se vê livre do carrossel ele não esperava ter de convencer sua libertadora de que é realmente um guerreiro imortal e que o que estão vivendo é real! Kellsie está na impressão de que Marko é um ator profundamente dentro do papel e não aceita as provas que ele dá de que tudo está realmente acontecendo – nem mesmo quando ele se transforma em urso perante os olhos dela ele é capaz de convencê-la, só a faz achar que está sonhando com o filme – e isso vai atrasando e tomando o tempo que eles poderiam usar para se preparar para enfrentar Hades. Por um lado isso é bom, pois vai garantindo que Kellsie e Marko vão formando um link especial e também impede que Hades e seus servos os ataquem. Por outro lado, isso vai causando uma grande frustração em Marko que quer logo partir para a ação e libertar seus companheiros.

Mas logo esse interlúdio acaba e os dois são jogados na batalha por suas vidas e suas almas! Adorei o modo como Kellsie se entrega de corpo e alma na luta e tenho de reconhecer que ela me surpreendeu! Marko é um guerreiro feroz e capaz e não desaponta em nenhum instante. Ver os dois juntos é maravilhoso e não tem como não torcer para eles passarem incólumes pelas provações.

Confesso que essa mini série me conquistou! Já estou aguardando ansiosa pelos outros dois volumes. Adoro histórias com maldições e profecias e guerra entre deuses. Fora que os livros são ultra hots!  E, como já disse, estou gostando do modo como a autora não está se repetindo, apesar de a premissa da série ter como escopo a repetição. Recomendo!

3 de julho de 2013

Simplesmente Ana de Marina Carvalho

Imagine que você descobre que seu pai é um rei. Isso mesmo, um rei de verdade em um país no sudeste da Europa. E o rei quer levá-la com ele para assumir seu verdadeiro lugar de herdeira e futura rainha…

Foi o que aconteceu com Ana. Pega de surpresa pela informação de sua origem real, Ana agora vai ter que decidir entre ficar no Brasil ou mudar-se para Krósvia e viver em um país distante tendo como companhia somente o pai, os criados e o insuportável Alex.

Mudar-se para Krósvia pode ser tentador — deve ser ótimo viver em um lugar como aquele e, quem sabe, vir a tornar-se rainha —, mas ela sabe que não pode contar com o pai o tempo todo, afinal ele é um rei bastante ocupado. E sabe também que Alex, o rapaz que é praticamente seu tutor em Krósvia, não fará nenhuma gentileza para que ela se sinta melhor naquele país estrangeiro.

A não ser… A não ser que Alex não seja esta pessoa tão irascível e que príncipes encantados existam.

Simplesmente Ana é assim: um livro divertido, capaz de nos fazer sonhar, mas que — ao mesmo tempo — nos lembra das provas que temos que passar para chegar à vida adulta.

 

Esse livro foi uma deliciosa surpresa! Sabe aquela história que te conquista desde a primeira página e faz com que seja impossível largá-la? Pois então, esse é o caso de Simplesmente Ana!

Ana é uma jovem estudante de Direito de Belo Horizonte. Ela nunca conheceu seu pai e sempre soube que foi fruto de um relacionamento que a mãe teve quando fez intercâmbio na Inglaterra. Então ela fica super surpresa ao receber uma mensagem no Facebook dizendo: "Acho que sou seu pai.!" E é assim que ela descobre que é na realidade filha do Rei da Krósvia e que seu pai deseja muito recuperar o tempo perdido e conhecê-la melhor.

Andrej não fazia a menor ideia de que tinha uma filha e a surpresa só não é menor do que a felicidade de saber que, finalmente, tem uma herdeira. O que ele precisa agora é levar Ana conhecer seu país e mostrar a ela seu povo e seus costumes e integrá-la com esse outro lado da vida dela – um lado que ela já tinha perdido as esperanças de conhecer: sua herança paterna!

E é em Krósvia que ela acaba conhecendo Alexander – Alex – enteado de seu pai e um jovem que se oferece para ser seu guia nas descobertas do país. E essa proximidade vai fazendo com que a atração inicial que Ana sentiu por Alex vá se transformando em algo bem mais profundo. Mas e Alex? Quais são os sentimentos dele e será que vai ser possível os dois terem algo mais do que amizade e  dividir o amor de pai de Andrej? É para ver e descobrir isso que a leitura vai fluindo e não se consegue largar o livro!

Marina  Carvalho construiu um romance bem redondinho e com personagens apaixonantes. Ana tem uma energia e um alto astral super legal e, como ela é a narradora, vamos ficando muitos próximos a ela. E é bem interessante observá-la se dividindo entre o amor que começa a sentir pelo seu novo país e a saudades que fica de sua família e amigos no Brasil. E gostei bastante da forma como Marina foi conduzindo a história trazendo bastante reviravoltas e surpresas na trama. Recomendo!