7 de novembro de 2009

Eu, prisioneira das Farc de Clara Rojas

 

 

“E essas noites, uma após a outra, durante seis anos de cativeiro, pareciam-me eternas e chegaram a somar milhares de horas de medo, solidão, confusão e tristeza. É algo simplesmente indescritível. E ainda mais duro de suportar, se é que isso é possível, porque peranecíamos muito tempo em vigilia, por causa do medo dos animais, de um enfrentamento militar, da chuva ou do vento. Ou simplesmente pela angústia existencial que cada um de nós sentia.”

Esse livro conta o drama de Clara Rojas, sequestrada pelas FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) com a amiga e candita a presidente Ingrid Betancourt. É um relato em primeira pessoa, comovente, que revela o pesadelo do cativeiro na selva colombiana, local mais improvável para que Clara tivesse o momento mais especial de sua vida: o nascimento do filho Emmanuel.

Tinha visto uma reportagem sobre esse livro na revista VEJA e me interessei! Foi uma leitura reveladora – não tanto quanto eu desejava – mas que mostrou bem o drama de quem é sequestrado pelos terroristas das FARC.

Clara era uma mulher bem sucedida profissionalmente, – advogada competente, trabalhava como coordenadora da campanha de Ingrid Betancourt para a presidência da Colômbia – de 38 anos e cosmopolita. Única filha numa família de quatro irmãos, sempre foi a protegida e a mais amada.

Tudo muda quando, juntamente com Ingrid, é sequestrada pelos guerrilheiros das Farc. São seis anos de privação, sofrimento, dor, doença, desavenças, marchas inclementes e medo atroz. A única coisa boa que encontrou foi a fé e seu filho Emmanuel, nascido nesse período.

Acho que Clara conseguiu passar bem o que sofreu. Quem espera julgamentos e recriminações e panfletagem político-ideológica, pode esquecer. É um relato pessoal do que ela enfrentou, de como enfrentou e de como está lutando para recuperar o tempo que perdeu.

Sinceramente, eu esperava um pouco mais de fervor da parte de Clara para lutar contra as Farcs e a ideologia ultrapassada e sem sentido que defendem. Mas creio que ela está pensando nas pessoas que ainda se encontram em poder dos terroristas e em como ajudá-las e, como ela mesma disse: “As maldições e bênçãos na vida são duas faces da mesma moeda e cada um escolhe como vê-la. Eu tenho certeza de que, se alguém nos fez mal, em vez de amaldiçoá-lo, temos de abençoá-lo. Se pretendo seguir adiante e voltar a ter uma vida plena, preciso perdoar, de coração, todos os que me causaram tanto mal.”

 

Nascida em 1963, em Bogotá, Clara Rojas, advogada de direito comercial, foi professora universitária e era diretora da campanha de Ingrid Betancourt pelo Partido Verde Oxigênio para presidente da Colômbia em 2002, antes de ser sequestrada pelas Farc. Vive hoje com o filho Emmanuel na capital colombiana.

 

Quem quiser ver o video do reencontro entre Clara e Emmanuel – separados quando ele trinha oito meses pode ir para www.euprisioneiradasfarc.com.br

5 comentários:

Maraiza disse...

Oi amiga
tem selinhos pra vc no romances pra viver

bjux bom find semana!!!

Celsina disse...

Nossa, dureza o que Clara deve ter passado, não só ela, todos os prisioneiros.
São pouquíssimos os livros desse gênero que me atrai, mas esse parece passar uma esperiência nova pra mim, acho que vai ser bom se eu ler ^^
Resenha como sempre perfeita, prende minha atenção.
Regina, acho q vc tem o poder de persuasão ** hihi
Beijos!

La Sorcière disse...

huahuahua!!! Eu tô com minha resenha pronta!!! Ia postar amanhã! Agora, vou esperar um pouco:)
Querida, achei o livro fraco, parece que foi escrito por uma principiante, sem intimidade com as palavras....
Esperava muito mais,
Bj

Carla Martins disse...

Não vou ler sua resenha ainda, porque estou lendo esse livro agora!!! Quando terminar, passo por aqui.

beijinhos!

Anônimo disse...

Li o livro de Clara após ler o de Ingrid e tenho certeza do quanto foi sofrido os anos como reféns. mas depoimento de Clara não passa uma verdade sincera, soa falso, como se ela estivesse passando férias, como se ela vivese bem com os seus sequestradores: "por favor, obrigada, desculpe".
Parece que lea quer poupar os guerrilheiros para no futuro possa contar ao filho que o pai não era tão mal assim.