Tinha sido a Pedra Pagã por centenas de anos, muito antes de três meninos a circularem e derramar seu sangue em uma união de irmandade libertando sem querer uma força disposta à destruição…
A cada sete anos, tem uma semana de Julho em que os habitantes fazem coisas indizíveis. A loucura coletiva tornou-se conhecida nas fronteiras do município e deu a Hawkins Hollows a reputação de uma cidade possuída.
A lenda moderna atraiu a repórter e escritora Quinn Black a Hawkins Hollows com a esperança de transformar o assustador acontecimento no objeto de seu novo livro. Ainda é fevereiro, mas Caleb Hawkins, descendente dos fundadores da cidade, já começou a ver e a sentir a agitação do mal. Embora ele não consiga esquecer do começo do terror na floresta vinte e um anos atrás, os sinais estão mais fortes do que nunca. Cal precisará da ajuda de seus melhores amigos, Fox e Gage, mas, surpreendentemente, ele terá de contar com Quinn também. Ela também pode ver o mal que os locais não enxergam, de alguma forma conectando-a com a cidade – e com Cal. Conforme o inverno dá lugar à primavera, Cal e Quinn precisam se despir de suas inibições, rendendo-se ao crescente desejo. Eles formarão a pedra angular de um grupo de homens e mulheres unidos pelo destino, paixão e a luz contra aquilo que vem da escuridão…
Cal, Fox e Gage são os melhores amigos. Nasceram no mesmo dia 07/07 e, no aniversário de 10 anos, resolveram acampar na Pedra Pagã. Foram escondidos de seus pais para o que consideravam uma grande aventura. Mas o que acabaram fazendo foi libertar um grande mal…
…Faltando poucos minutos para a meia noite, eles levantaram, três meninos com o rosto iluminados pelo fogo e pela luz das estrelas. Com o aceno de Gage eles entoaram juntos em vozes solenes e dolorosamente jovens:
- Nascemos dez anos atrás, na mesma noite, no mesmo horário, no mesmo ano. Somos irmãos. Na Pedra Pagã fazemos um juramento de lealdade e verdade e irmandade. Nós misturamos nosso sangue.
Cal prendeu a respiração e criou coragem para passar a faca pelo seu pulso primeiro. – Ai!
- Nós misturamos nosso sangue. – Fox trincou os dentes quando Cal cortou seu pulso.
- Nós misturamos nosso sangue. – E Gage permaneceu sem se mexer conforme a faca corria sua pele.
- Três por um e um por três.
Cal esticou seu braço. Fox, depois Gage, pressionaram seus pulsos cortados ao dele. – Irmãos em espírito, na mente. Irmãos de sangue por toda a eternidade.
Conforme ficaram em pé, as nuvens se partiram sobre a lua cheia, tornando-se névoa sobre as estrelas brilhantes. O sangue misturado deles pingou e caiu no chão queimado.
O vento explodiu com uma voz como um grito enraivecido. O pequeno fogo no acampamento cresceu rapidamente numa chama enorme. Os três foram levantados no ar como se uma mão os agarrassem e os jogassem. Luzes explodiram como se as estrelas tivessem caído.
Quando abriu a boca para gritar, Cal sentiu algo se enfiar dentro dele, quente e forte, para sufocar seus pulmões, para apertar seu coração em uma impressionante agonia de dor.
As luzes sumiram. Na densa escuridão soprou um frio tão gelado que paralisou sua pele. O som que o vento fazia agora era como um animal, como um monstro que vive dentro dos livros. Debaixo dele, o chão tremeu, puxando-o de volta quando ele tentou se arrastar para longe.
E algo saiu daquela escuridão gelada, daquele chão tremendo. Algo grande e horrível.
Olhos vermelhos sangue e cheio de… fome. Olhou para ele. E quando sorriu, seus dentes brilharam como espadas prateadas.
Ele pensou que morreria e que aquilo o engoliria, de uma vez só.
Mas quando voltou a si novamente, ele pode ouvir o próprio coração. Ele pode ouvir os gritos e chamados de seus amigos.
Irmãos de sangue.
- Jesus, Jesus, o que foi aquilo? Vou viu? – Fox falou numa voz fraca. – Gage, Deus, seu nariz está sangrando.
- O seu também. Alguma coisa… Cal. Deus. Cal.
Cal estava caído, de costas. Ele sentia o calor molhado do sangue em seu rosto. Ele estava abalado demais para se intimidar com isso. – Não consigo enxergar. – ele grasnou num murmúrio fraco. – Não consigo enxergar.
- Seus óculos estão quebrados. – com o rosto sujo de fuligem e sangue, Fox se arrastou até ele. – Uma das lentes está partida. Cara, sua mãe vai te matar.
- Quebrado. – Tremendo, Cal levantou a mão e tirou os óculos.
- Algo. Alguma coisa estava aqui. – Gage agarrou os ombros de Cal. – Senti algo acontecer, depois tudo ficou louco. Senti algo dentro de mim. Então…você o viu? Você viu aquela coisa?
- Eu vi os olhos dela. – Fox disse, e seus dentes batiam uns nos outros. – Precisamos sair daqui. Precisamos ir embora.
- Para onde? – Gage perguntou. – Embora sua respiração ainda estivesse alterada, ele pegou a faca de Cal do chão e a agarrou. – Não sabemos para onde ele foi. Era algum tipo de urso? Era…
- Não era um urso. – Cal falou calmamente agora. – Era o que estava aqui, nesse lugar, por muito tempo. Posso ver…posso ver. Parecia com um homem uma vez, quando queria. Mas não era.
- Cara, você bateu a cabeça!
Cal virou seus olhos para Fox, e as íris estavam quase negras. – Eu posso vê-lo e ao outro. – Ele abriu a mão do pulso que havia cortado. Na palma estava um pedaço de uma pedra verde manchada de vermelho. – Dele.
Fox abriu sua mão, e Gage a dele. Em cada uma estava uma pedra idêntica. – O que é isso? – Gage murmurou. – De onde diabos elas apareceram?
- Eu não sei, mas é nossa agora. Ah, uma em três, três em uma. Acho que deixamos algo escapar. E algo veio com isso. Algo ruim. Eu vejo.
Ele fechou os olhos um momento, então os abriu para olhar seus amigos. – Eu consigo ver, mas sem meus óculos. Eu enxergo sem eles. Não está embaçado. Estou enxergando sem meus óculos.
- Espera. – Tremendo, Gage tirou sua camiseta e virou de costas.
- Cara, elas sumiram. – Fox estendeu a mão e tocou as costas lisas de Gage. – Os vergões. Sumiram. E… – Ele estendeu o pulso onde a marca fina já estava se curando. – Puta merda, nós somos como super heróis agora?
- É um demônio. – Cal disse. – E nós o libertamos.
- Merda. – Gage olhou para a floresta escura. – Feliz bendito aniversário para nós.
Primeiro livro da Trilogia Sign of the Seven. Gostei muito do enredo. É um livro que prende a atenção e faz com que você fique virando as páginas imaginando o que vai acontecer. Tem cenas de terror dignas de Stephen King, mas com muito romance e humor também.
Quinn é uma mulher decidida e destemida. Ela enfrenta o perigo e o cotidiano com uma grande dose de humor e muita convicção. Gostei muito dela. Caleb, ao contrário, é fechado, reservado. Ele é muito corajoso também e faz de tudo pelos amigos.
O problema é que ele se sente responsável pela loucura coletiva que toma conta da cidade a cada sete anos. Ele e seus amigos, Fox e Gage, lutam para acabar com essa “maldição” e, para isso, resolvem que precisam de um novo olhar. É aí que entra Quinn.
Quinn consegue ver a manifestação do mal, assim como Cal e seus amigos. Isso é surpreendente por dois motivos: primeiro, ninguém, a não ser os três, viam esse demônio. Segundo, eles estão em fevereiro e as aparições não costumam acontecer antes de Junho. Isso significa que o mal está se fortalecendo.
No dia seguinte à chegada de Quinn, Layla chega à cidade. Ela também consegue enxergar o mal agindo. Isso prova que eles têm de se unir, apesar da óbvia resistência de Layla. Para completar, Quinn chama sua melhor amiga e pesquisadora, Cybil, para ajudá-la.
Conforme o mês vai passando, Quinn e Caleb vão se sentindo mais atraídos um pelo outro. E o mal também começa a agir, tentando afugentar as mulheres e separá-los. As descobertas que eles fazem vão revelando os segredos do passado e há agora uma chance de erradicar o mal de uma vez por todas, mas qual será o custo para eles?
Agora é acompanhar o desenrolar da história nos outros dois livros.