Quando a estudante de literatura Anastasia Steele entrevista o bem sucedido empresário Christian Grey, ela o considera muito atraente e profundamente intimidador. Convencida de que o encontro de dois saiu terrivelmente errado, ela tenta tirá-lo de sua mente – até que ele aparece na loja onde ela trabalha meio período e a convida para sair.
Altruísta e inocente, Ana fica chocada ao ver que quer esse homem. E, quando ela a avisa para manter-se distante, apenas o faz quer0-lo mais.
Mas Grey é atormentado por demônios internos, e consumido pelo desejo de controlar. Enquanto eles embarcam em um caso de amor passional, Ana descobre mais sobre seus próprios desejos, bem como os desejos obscuros que Grey mantem escondido longe do olhar público...
Esse livro é o assunto do momento nos EUA – e está chegando ao Brasil! Fifty Shades está em primeiro lugar em vendas nos Estados Unidos já há algum tempo e foi tema de muitas reportagens – algumas até muito pejorativas ao gênero romance e às mulheres que o leem (como se só mulher lesse romances...) – e vem movimentando não apenas o mercado editorial, mas toda uma discussão sobre o tema BDSM e romance erótico.
O livro, que originalmente começou como uma fanfic sobre a saga Crepúsculo, traz a história de Anastasia e Christian e o modo como eles se conhecem e vão se envolvendo. O relacionamento dos dois não é fácil, pois Christian tem desejos muito diferentes de outros homens e Ana é uma menina inocente (e por inocente leia-se virgem) e já cai em um mundo totalmente desconhecido e assustador. Mas mesmo essa diferença não é capaz de afastá-los e ele se veem cada vez mais atraídos um pelo outro.
Sinceramente não vi muita semelhança entre Edward e Bella e Christian e Ana (se bem que só li um livro na saga Crepúsculo, e foi o primeiro), a não ser o fato de que achei a Anastasia (bem no comecinho da história) tão sem sal quanto a atriz que interpreta Bella no cinema. Eu tinha lido em um grupo de que faço parte de que estavam cogitando que essa atriz – Kristen Stewart (?) – para o papel de Ana no cinema e isso me prejudicou – e muito – a leitura, pois só conseguia imaginar a personagem com aquela cara de boba sem expressão! E olha, demorou até eu conseguir tirar essa imagem da cabeça e começar a perceber outros aspectos de Ana e deslanchar na leitura.
O livro é bem interessante, mas quem, como eu, já leu Shayla Black e Maya Banks não vai achar algo assim tão "pesado" no lado do BDSM e cenas hots. Claro que quem estiver começando a ler esse assunto pode se assustar um pouco, principalmente ao se aprofundar no relacionamento Dominação/submissão e a noção de recompensa/castigo. Mas a história tem uma "pegada" bem legal e traz um humor bem gostoso – Ana vive descrevendo as cenas em sua cabeça e divide as sensações entre sua "Inner Goddess" e seu subconsciente e as descrições são super bem articuladas e consistente com o que ela está sentindo no momento. Fora que a "deusa interior" é um dos personagens que me agradou muitíssimo. Ela é uma verdadeira figura! Eu gostei muito dessa conversa interior e achei uma forma muito criativa de mostrar os sentimentos da personagem.
Christian é um herói que demorou a me conquistar. Ele já avançou muito em meu conceito e creio que no decorrer da trilogia vou acabar completamente apaixonada por ele! Por enquanto, estou torcendo muito para ele superar algumas dificuldades e se abrir mais com Ana. Acho que o fato de o livro ser narrado por Anastasia prejudica um pouco a compreensão completa de Christian. Eu senti muita falta em saber o que ele realmente pensa e sente e não ter somente as impressões de Ana nesse assunto. Ao mesmo tempo, esse tipo de narração vai nos aproximando de Ana e mantendo o mistério que é Grey e, como ela, queremos mais e mais informações do discreto e misterioso empresário.
Ana me irritou um tantinho. Ela é muito insegura e eu tinha a impressão que a cada passo para frente que ela dava, voltava dois pra trás com seus receios e medos. Tinha horas que eu queria dar um empurrão nela e falar "você tem que se decidir!!!!", pois não aguentava tantas idas e vindas e o modo como ela tinha medo de se entregar ao que realmente queria, de tentar e ver se iria ou não gostar do que Christian propunha. Mas claro que esse jogo é que faz e movimenta a história e vai prendendo a atenção do leitor.
No geral, gostei muito do modo com E L James vai nos conduzindo no decorrer da história e já estou louquinha para começar o segundo volume e ver o que vem pela frente...