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25 de novembro de 2013

Esconda-se de Lisa Gardner

Uma mulher que foi obrigada a fugir — desde criança— de uma possível ameaça. Uma ameaça que seu pai via em todo lugar, mas que a polícia nunca considerou. Um antigo e desativado sanatório para doentes mentais que pode ter muito mais a esconder entre suas paredes do que homens e mulheres entorpecidos por remédios.


Uma história de rancor entre membros de uma mesma família que nunca conseguiram superar os episódios de violência doméstica que presenciaram.


Um pingente que foi parar em mãos erradas — e a cena de um crime brutal: seis meninas mortas e mumificadas há mais de trinta anos.


Agora, cabe à famosa detetive D.D. Warren descobrir quem foi o serial killer que cometeu esta atrocidade e que motivação infame deformou sua mente.


Acompanhe D.D. Warren na solução de mais este complexo caso e encontre o inimaginável que está por trás de pessoas aparentemente comuns!

Detetive D.D. Warren # 2

Mais uma história maravilhosa da Lisa Gardner! Os livros da D.D. estão se tornando um de meus favoritos, pois os mistérios e investigações policiais são primorosos!

Tudo começa com a descoberta de uma cova que serve de túmulo para seis corpos.  Todas são meninas e são encontradas no que se chama mumificação úmida, o que faz com que os investigadores tenham de esperar a antropologia forense estudar os corpos para poderem fazer uma linha do tempo que ajudará na solução do caso.  Vai ser um processo demorado e isso não pode atrasar nem parar a investigação, assim todos os detetives, comandados pela Sargento D.D. Warren, já começam a procurar informações que os ajudarão a resolver esse mistério.

É quando surge Annabelle, uma mulher que teve uma infância difícil e conturbada, pois seus pais estavam sempre fugindo de uma cidade a outra, trocando de nomes e identidades e roubando sua infância e suas referências. Agora, já com mais de 30 anos, e vendo que uma das vítimas encontradas na cova estava usando um pingente com seu nome, ela resolve contar sua história à D.D. e a Bobby. Claro que essa vai ser uma das pontas do mistério: porque – e de quem – os pais de Annabelle tanto fugiam? E qual a relação disso com a cova e as crianças desaparecidas?

Mas, como a cova foi encontrada no terreno de um hospital psiquiátrico abandonado, não é possível descartar os antigos pacientes e até mesmo alguns funcionários da instituição da lista de suspeitos. Dá para ver o trabalho monumental dos policiais, não? Mas Lisa Gardner vai nos conduzindo por labirintos e pistas e descobertas até o final eletrizante!

É uma delícia acompanhar a investigação e ir descobrindo as pistas e as verdades juntamente com os detetives. Somos conduzidos por vários caminhos e quando a verdade finalmente se revela é de bater palmas para a autora, pois ela consegue amarrar tudo de forma fenomenal.

Um único senão é a publicação fora de ordem pela editora, pois apesar de cada livro trazer uma história completa e fantástica, a ligação da vida dos personagens se perde um pouco. Por exemplo: em Sangue na Neve, D.D. está grávida. Então quando peguei esse livro para ler estava louca para acompanhar o desenvolvimento da gravidez dela. Mas, para minha surpresa, nesse ela ainda nem conhece o pai do filho dela... Não muda em nada a beleza da  história, mas para quem é fanática por seguir séries em ordem, como eu, deixa um pouco a desejar. (Mas se você ainda não começou a acompanhar essa série, aproveite e coloque na ordem você mesmo. E, conselho de amiga: não deixe de conhecer essa autora!)

23 de junho de 2013

Sangue na Neve de Lisa Gardner

A policial Tessa Leoni matou seu marido, Brian Darby, em legítima defesa. A arma do crime está à vista de todos e os hematomas no corpo de Tessa confirmam a ocorrência. A policial também não fez questão de fugir, ou de arrumar qualquer justificativa para explicar aquele corpo estendido no chão da cozinha, portanto, aparentemente, o que a investigadora D.D.Warren tem à sua frente é o desfecho de uma briga doméstica. Um caso simples.

No entanto, ao abrir o inquérito, D. D. terá uma surpresa: este não é o primeiro homicídio de Tessa Leoni e — afinal — onde está a filhinha de seis anos da policial? Será que a policial Leoni realmente atirou em seu marido para matá-lo? Uma mãe seria capaz de prejudicar intencionalmente sua filha?

D. D. Warren, a experiente detetive que acredita que desvendar um caso é como mergulhar na vida do criminoso, enfrentará mais uma investigação que a levará a uma busca frenética por uma criança desaparecida enquanto tenta encaixar as peças de um mistério familiar que a levará a quebrar os muros do corporativismo policial.

Detetive D.D. Warren # 5

 

Esse é o primeiro livro dessa autora que li e posso dizer que gostei muito do modo como ela desenvolveu a história, mantendo o suspense sempre intenso e trazendo reviravoltas surpreendentes!

D.D.Warren é uma detetive da Polícia de Boston chamada para resolver um caso bem difícil, pois envolve uma policial estadual acusada de matar o marido. Por envolver uma profissional de outra força, ela tem de trabalhar com seu antigo namorado, Bobby Dodge, que vai servir de oficial de ligação entre os diferentes setores policiais.

O que parecia ser um simples caso de violência doméstica – mulher apanha e reage atirando no marido – vai se revelando um problema muito mais grave quando se descobre que Sophie, a filha de 6 anos da policial Tessa Leoni, está desaparecida! O que aconteceu com a menina? O que realmente aconteceu na cozinha da casa da policial Leoni? É para descobrir isso que Bobby e D.D. vão se aprofundando num mundo em que nada é o que parece e cada descoberta abre caminho para mais questões e mais suspense. Principalmente quando Tessa vai se revelando uma suspeita que não quer – ou não pode? – colaborar com seus colegas e se abrir verdadeiramente com os investigadores.

Achei super interessante que a autora deu voz a Tessa – sempre que ela aparecia a narração era em primeira pessoa. Essa forma de narrar aumentou muito o suspense e, apesar de ela ter sua voz, não ajudava em muito o leitor a formar uma opinião sobre a inocência ou culpa de Tessa! Ajudava muito a complicar as coisas e a fazer as reviravoltas mais emocionantes e surpreendentes.

Além da investigação, vamos vendo também como D.D. vai enfrentando esse problema, principalmente nesse momento que está passando. Não está sendo fácil para ela imaginar qual o destino da pequena Sophie e o que ela vai encontrar quando descobrir. Seus problemas pessoais vão dando a tônica da investigação e vão comovendo o leitor. Seus questionamentos e dúvidas vão abrindo um caminho bem interessante e ajudando a navegar no mar de dúvidas e mentiras e traições que vão se amontoando até chegarmos à verdade.

Um suspense como há muito não lia. E com certeza vou ler os próximos(espero que venha mais!!!!), pois D.D. me conquistou!

27 de janeiro de 2012

The Lawmen of Silver Creek Ranch de Delores Fossen

Eu não posso ir ao site da Harlequin, pois sempre descubro alguma autora nova, ou série nova e daí já saio totalmente envolvida! Essa série sobre 6 irmãos – todos homens da lei e cowboys – me pegou de jeito e quando vi já tinha lido os três livros que já saíram e aguardando ansiosa os outros três que vem no segundo semestre. Vamos aos livros:

 

 

   O xerife Grayson Ryland não é homem de se chocar facilmente. Mas, então, sua ex namorada volta para Silver Creek com o único objetivo de pedir a ele que a engravide. E embora ele não a tenha perdoado por ter partido e quebrado seu coração, a angústia dela é difícil de se observar. Antes que ele possa rejeitar a mais teimosa – e sedutora – mulher do Texas, ele tem de protege-la. Uma tentativa contra a vida dela lança ambos numa perigosa investigação de assassinato – e em uma ligação ainda mais perigosa. No calor do momento, Grayson pode perdoar Eve... mas estará disposto a lhe dar o que ela desesperadamente quer?

                               Livro 1 – Grayson

 

 

Kayla Brenna não quer a proteção do homem da lei do Texas, Dade Ryland. Primeiro, a família dele a odeia. Depois, a atração entre eles é quente demais para resistir, assim como Dade. Quando as balas começam a voar, Dade protege a ela e a seu filho. Mas a questão é: quanto tempo vai levar para Dade achar que ela está envolvida nisso?

O testemunho de Kayla é tudo o que Dade deveria querer... especialmente quanto ele suspeita que Kayla está envolvida na morte de um membro da família Ryland. E ainda assim, o fato de serem inimigos apenas torna a atração animal que sentem ainda mais forte. E mais perigosa. Porque o assassino não é quem parece ser, e está mais próximo do que Dade imagina...

                                 Livro 2 – Dade

 

 

 No dia em que a filhinha do Tenente Nate Ryland é sequestrada, ele encontra esperança no mais surpreendente dos aliados: Darcy Burkhart, uma mulher que ele nunca pensou – nunca queria – ver de novo. Mas o filho de Darcy também foi levado e não há nada que os impedirá de trazer as crianças para casa. Infelizmente, esse não é um adversário comum, e mesmo alguém como Nate, que está acostumado a lidar com o pior da sociedade, não consegue prever o próximo movimento do inimigo. E enquanto a busca prossegue, Nate se pega admirando a mulher que uma vez julgou ser seu maior oponente – e a desejando de uma forma que não julgava ser possível.

                        Livro 3 – Nate        

 

Pelos resumos dá para se perceber que é uma série com muita ação. Eu mesma nunca tinha lido livros com tantos tiroteios. Mas também, os mocinhos são todos policiais e estão investigando assassinatos bem complicados.

Os irmãos Ryland, além de trabalharem servindo a  lei, também tem um fazenda onde criam os melhores cavalos da região. E também todos carregam o trauma de terem sido abandonados pelo pai e pelo  suicídio da mãe.

Grayson, o mais velho, assumiu o fardo de criar os irmãos depois que o pai se foi. Ele e Eve já namoravam na época e ela o ajudou muito – e é considerada uma irmã pelos Ryland (exceção do Grayson, claro!). Mas quando ela quis algo mais sério, ele deu para trás e ela partiu. Agora, na hora do desespero – ela está com menopausa precoce e essa é sua última chance de ser mãe – é em Grayson que ela pensa e com quem vem buscar ajuda. Só que, com ela vem um assassino disposto a tudo para eliminar Eve e sumir com umas provas que ela nem sabe possuir. O livro traz muito suspense e cenas de ação dignas de filme! A trama é bem amarrada e convincente e os personagens cativantes. Já preciso dizer que um dos irmão me chamou a atenção – Mason, o mais calado e intenso deles, e também o que mais cuida da fazenda, apesar de ser delegado também.

Já na história de Dade, vemos mais da ação policial quando ele vai oferecer proteção policial à Kayla, que decidiu depor contra o ex-sogro, um bandido muito perigoso e suspeito da morte da esposa de Nate, irmão gêmeo de Dade e tenente da polícia de San Antonio.

Kayla não teve um casamento feliz. Ela estava grávida quando o marido morreu em um acidente de carro. Depois de mais de um ano meio que escondida, ela resolve ajudar a polícia contando tudo o que sabe sobre o ex-sogro e seus negócios escusos. Mas já viu, né? Quando ela se sujeita a ser testemunha, um assassino perigoso parte para eliminá-la antes do depoimento. Há muito mistério e suspense, pois quem enviou o assassino e como ele soube onde procurar sua vítima? Estaria Kayla envolvida nos negócios de seu ex-sogro – e responsável pela morte da cunhada de Dade – ou tudo não passa de um plano muito bem orquestrado para desviar a atenção da verdade? Adorei o modo como nada está muito certo nesse livro – a não ser a enorme atração entre Dade e Kayla e a gracinha que é o filhinho dela, Robbie!

E então chegamos a Nate! Ele,  que ficou viúvo quando sua esposa, também policial, foi cruelmente assassinada durante uma investigação. Mas não ficou só! Além dos irmãos, ele ainda tinha Kimmie, sua bebezinha que tinha dois meses quando a mãe morreu. Uma tarde, ele chega para buscar sua filha na creche e não a encontra. Ela tinha sido sequestrada juntamente com um outro menino da mesma idade – Noah, filho de Darcy Burkhart.

Nate e Darcy são antagonistas. Ela é advogada de defesa, inclusive era a advogada do ex-sogro de Kayla e provável assassino da esposa de Nate. Agora, ela também estava defendendo um rapaz que Nate considerava culpado pela morte da própria esposa – uma mulher 25 anos mais velha, milionária e que o humilhava  publicamente sempre que possível. Mais uma vez os dois se preparavam para uma batalha nos tribunais quando tiveram de unir forças para resgatar as crianças.

Achei a trama desse livro bem melhor, pois há várias pessoas que podem ser culpadas: o marido garotão, o ex-marido da milionária e o filho da falecida. E, para piorar, os sequestradores são bandidos muito perigosos: um grupo que trabalha para traficantes mexicanos. Aqui aparece mais um irmão: Kade, que trabalha para o FBI e é o caçula da família. O suspense e a tensão e os tiroteios são bem mais intensos, ainda mais por envolverem crianças – bebês – em perigo. E o romance também é bem quente!

Já que costumo falar em erros de revisão em livros nacionais, devo destacar um erro de revisão nesse. Logo no começo, Darcy é descrita como "petit brunette" (morena baixinha).  Mas numa cena mais caliente, a autora fala no "blond hair" dela (cabelos loiros)...  Por aí vemos que, mesmo no original, também há falhas.

No mais, estou aguardando ansiosa pelos outros três livros (Mason vai ser o último). Mas quero mesmo ver Gage, pois todos acreditam que ele esteja morto – ele trabalha para a CIA – e quero ver como ele vai "ressuscitar".

 

 

 

 

 

9 de fevereiro de 2011

Loose Ends de Terri Reid

Loose ends

Morrer é o que mudou a vida de Mary O`Reilly. Bem, na verdade, foi voltar dos mortos e ter a habilidade de conversar com fantasmas que o fez. Agora, como investigadora particular na rural Freeport, Illinois, Mary está tentando aprender como incorporar sua experiência como policial em Chicago ao recém descoberto talento em um emprego de verdade. Seu desafio é resolver os mistérios, conseguir evidências reais (a palavra de um fantasma não serve para o juri) e se certificar de que as pessoas da cidade, especialmente o lindo novo chefe de polícia, não a considerem louca.

Vinte e quatro anos atrás , uma jovem mulher se afogou na piscina de um recém eleito senador estadual. Foi considerado um acidente. Mas agora, quando o senador se prepara para subir em posição, o fantasma da mulher está aparecendo para a esposa dele. Mary é contratada para descobrir a verdade sobre sua morte. Ela desenterra uma conexão entre o assassinato e o desaparecimento de cinco meninas, cujos casos, depois de vinte e quatro anos, ainda permanecessem sem solução. Enquanto investiga mais a fundo, ela se torna o novo alvo de um assassino serial que busca amarrar todas as pontas soltas.

Esse livro me foi indicado no desafio Pick it for me do grupo Romance Readers Reading Challenges no goodreads e posso afirmar que foi um verdadeiro achado! A história é uma delícia e do tipo que você não consegue largar até chegar ao final! E quando chega, fica querendo mais e mais…

Mary é uma excelente policial. Formada em ciências criminais, está a caminho de se tornar detetive. Mas um tiroteio numa luta contra gangues a faz morrer. Quando volta, ela descobre ter o poder de ver e conversar com fantasmas, e percebe que sua missão é ajudá-los a resolver suas pendências para poderem descansar em paz. Como Chicago é uma grande cidade, com muitos e muitos fantasmas, ela decide se mudar para a rural Freeport, onde abre uma firma de investigação particular e vive sua vida normalmente… claro que o sentido de normalidade aqui varia muito!

Na cidade ele faz amizade com Stanley e Rose  - um casal idoso com um senso de humor de arrasar! Ele tem uma loja de artigos de escritório e papelaria, ela é dona de uma imobiliária. Os diálogos entre os três são maravilhosos. Ela  também  conhece Bradley Alden, o novo chefe de polícia,  que é um homem bonito, inteligente e disponível… Claro que Stanley e Rose ficam tentando bancar os cupidos – e é sensacional ver o modo como eles fazem de tudo para aproximar Mary e Bradley.

Mas nem tudo é humor no livro! Há muito mistério e suspense, pois Mary é contratada pela esposa de um senador que começou a ver o fantasma de uma mulher que morrera vinte e quatro anos atrás na piscina da propriedade. Ao falar com o fantasma e “rever” o modo como ela morreu, Mary percebe que a moça foi assassinada e começa a investigar.

Um dos problemas é que alguém não a quer investigando e começa a prejudicá-la fazendo acusações falsas e a levando a ser presa! Logo se percebe que tem peixe grande se escondendo e querendo abafar o caso. Outro problema é que, durante sua investigação das notícias da época do afogamento, Mary descobre o desaparecimento de uma menina de 8 anos e algo no artigo lhe chama a atenção!

Logo, Mary começa a ver o fantasma da criança no bosque e ao seguí-lo descobre que há mais quatro meninas fantasmas vagando pelo local. Durante sua perseguição ao fantasma – ela volta ao passado e revê a cena de como a pessoa morreu, mas não vê o assassino, infelizmente – ela sofre um acidente. É quando o chefe de polícia a encontra ferida e a socorre. E é quando ele também começa a perceber que ela não é a louca que ele julga ser. Que parece mesmo haver alguma verdade nas afirmações dela de que vê e fala com fantasma, apesar de seu ceticismo continuar.

Com o decorrer da investigação, Mary começa a ser persiguida por um assassino e sofre atentados e Bradley resolve se unir a ela e descobrir o que realmente está acontecendo na cidade! Afinal, quem matou as crianças e qual a ligação entre esse caso, o caso da mulher afogada e a perseguição que Mary vem sofrendo? Pode um assassino estar agindo durante todo esse tempo e ninguém perceber?

Terri consegue nos surpreender a cada página e é impossível abandonar o livro antes de vermos quem é o culpado e porquê! Fora que é maravilhoso ver Mary e Bradley começar a se interessar um pelo outro e a gente quer ver onde eles vão chegar. Afinal, Bradley também tem um passado perturbador e que não permite que ele veja muito futuro ao lado de Mary…  Como disse, um verdadeiro achado!!!

17 de agosto de 2010

Desaparecidas de Tess Gerritsen – Desafio Literário

Tess-Gerritsen-Desaparecidas

Desafio Literario

Era uma típica noite de verão em Boston. O ar abafado apressava os moradores de volta às suas casas. Não a Dra. Maura Isles. Depois de concluir a quinta necropsia do dia, ela ainda circulava pelas salas do necrotério, o cheiro da morte grudado na roupa. Ao passar por um dos corredores gélidos, a médica ouve um barulho. A longa fileira de corpos parece ter ganhado vida. O ruído tem origem em um dos sacos de cadáveres.

A pele gelada, os dedos roxos, os lábios azulados… “Mais um corpo”, pensa a médica. Entretanto, ela não imaginava que estava prestes a tomar o grande susto de sua vida.

O cadáver abre os olhos.

Com o pulso fraco e baixos sinais vitais, a jovem desconhecida é levada imediatamente ao hospital. Mas o bizarro acontecimento logo se revela fatal. Com frieza e precisão surpreendentes, a mulher mata um segurança e faz alguns reféns. Entre eles, uma paciente grávida: a detetive Jane Rizzoli.

Quem será aquela mulher violenta e desesperada? O que ela quer? À medida que as horas de tensão se acumulam, a Dra. Maura une forças com o marido de Jane, o agente do FBI Gabriel Dean, a fim de desvendar a identidade da misteriosa assassina. Quando agentes federais subitamente aparecem em cena, Maura e Gabriel percebem que estão diante de um caso que vai muito além de uma simples crise de reféns.

É o segundo livro dessa autora que leio – e estou virando fã incondicional! Tess consegue trazer muito suspense, reviravoltas e supresas, além de uma história tocante e um grito de alerta sobre a exploração sexual de mulheres.

O resumo já traz bastante do início do livro – imagine o choque da Dra. Maura ao descobrir que uma jovem vítima de afogamento passou oito horas numa câmara fria e trancada em um saco de cadáver e ainda assim estava viva! Mas quem era essa mulher?

E é aí que Tess nos prende. Logo no Capítulo 1 (que por sinal é um daqueles em que o horror corre solto, sabe daquele tipo que você não quer ver, mas não consegue desviar os olhos?) ela nos apresenta Mila, uma jovem russa de 17 anos que está tentando o sonho americano. No orfanato em que morava, ela é aliciada para trabalhar nos EUA. Segue para o México e vai de van, com mais 06 meninas, tentar a travessia da fronteira pelo deserto. É difícil ver o modo como elas foram enganadas e já sabemos o que vem pela frente… mas a realidade, conforme Mila vai nos contando no livro, é muito pior do que possamos imaginar!

O interessante é ver como Tess vai fechando o circulo e nós vamos vendo o quadro geral, mas nada é tão óbvio e nem tão fácil de descobrir! E quanto mais a gente descobre, mais o mistério cresce e mais curiosos vamos ficando para saber como tudo vai se encaixar e fazer sentido! Amo esse tipo de livro em que o autor sempre consegue estar um passo na frente, mesmo a gente estando logo na “cola” e depois, a reviravolta e a gente fica pensando: “como não vi isso????”

Amei conhecer Jane e Gabriel. Um casal apaixonado e turrão! Não é fácil quando os dois estão sempre correndo perigo – e agora quero procurar os outros livros onde eles aparecem (vi que esse é o quinto da série Isles e Rizzoli). Maura também é um personagem fascinante. Adoro livros sobre legistas – acho que é por isso que adoro CSI (todos) – e ver como os corpos podem revelar tanto sobre os assassinos.

Para mim, foi impossível não me emocionar com essa história – principalmente de Mila. Eu que sou acostumada a ler romances sobrenatural, sobre vampiros, lobos, bruxas, anjos, às vezes me esqueço dos monstros que existem de verdade em nosso mundo. E não é fácil quando uma autora nos faz lembrar disso e nos  mostra de forma tão crua como, em pleno século XXI, ainda existem escravos – principalmente sexuais – e como é fácil nos esquecermos disso. Recomendo para quem realmente gosta de suspense e uma boa trama policial e não tenha medo de se emocionar.

28 de novembro de 2009

A Rainha do Castelo do Ar de Stieg Larsson

Rainha do Castelo de Ar

Com mais de 15 milhões de exemplares vendidos no mundo, a trilogia Millennium é uma das mais bem-sucedidas séries policiais dos últimos anos. Quer seja tratando da violência contra as mulheres, quer seja enfocando os crimes cometidos por magnatas ou pelo Estado, a saga cumpre sua principal missão: a de nos envolver numa leitura absorvente, cheia de mistérios.
Neste terceiro e último volume da série, Lisbeth Salander se recupera, num hospital, de ferimentos que quase lhe tiraram a vida, enquanto Mikael Blomkvist procura conduzir uma investigação paralela que prove a inocência de sua amiga, acusada de vários crimes. Mas a jovem não fica parada, e muito mais do que uma chance para defender-se, ela quer uma oportunidade para dar o troco. E agora conta com excelentes aliados. Além de Mikael, jornalista investigativo que já desbaratou esquemas fraudulentos e solucionou crimes escabrosos, no mesmo front estão Annika Giannini, advogada especializada em defender mulheres vítimas de violência, e o inspetor Jan Bublanski, que segue sua própria linha investigativa, na contramão da promotoria.
Com a ajuda deles, Lisbeth está muito perto de desmantelar um plano sórdido que durante anos se articulou nos subterrâneos do Estado sueco, um complô em cujo centro está um perigoso espião russo que ela já tentou matar. Duas vezes.
A rainha do castelo de ar enfoca de modo original as mazelas da sociedade atual, tendo conquistado um lugar único dentro da literatura policial contemporânea.

Um excelente desfecho para uma excelente trilogia!!!

Stieg Larsson escreve de forma a prender a atenção do leitor e o conduz pela trama com maestria. Achei fantástica as investigações e o suspense que marcaram a trama. Tenho certeza que Lisbeth será uma de minhas heroinas favoritas de todos os tempos. Mikael é o mesmo de sempre – totalmente focado em sua reportagem e em suas mulheres. Érica me surpreendeu agradavelmente nesse livro. Seu personagem cresceu e apareceu!

Nesse terceiro volume, vemos Lisbeth hospitalizada e presa. Sua situação não é das melhores, mas ela pode contar com amigos fiéis - Mikael, Dragan, Annika e o Dr Jonnason (que teve uma participação fantástica!) - que estão dispostos a tudo para provar sua inocência e a revelar a armação de que foi vítima.

Do um lado temos a Seção e seus espiões. Eles estão dispostos a tudo para calar Lisbeth e impedir a verdade de vir a tona – mesmo porque, se isso acontecer, eles vão ser os grande prejudicados. Do outro lado temos Mikael e seu companheiros – que se unem à polícia secreta (SAPO) - para impedir que, mais uma vez, a injustiça prevaleça. Uma batalha travada com muito jogo sujo, muita desinformação e uma tensão que me fazia ficar lendo até altas horas!

A história do livro é bem conduzida e Stieg fecha tudo com brilhantismo. Claro que algumas pontas ficaram soltas – pode até ser que ele fosse retomá-las em algum ponto no futuro, mas com sua morte prematura, como saber?  O que mais senti foi não se falar sobre a reportagem que Erika encomendou ao jornalista do SMP. E meu lado romântico também sentiu falta de romance, mas nada que a trama eletrizante não resolvesse.

20 de novembro de 2009

Waking Nightmare de Kylie Brant

 

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Primeiro ele descobre seus medos mais profundos… Então ele faz você vivenciá-los.

Com um estuprador em série  solto nas ruas de Savannah, o detetive Ryne Robel precisa de toda a ajuda que conseguir para sua força tarefa. E ele precisa já, antes que outra mulher seja atacada. Mas Abbie Phillips não é o que ele pediu. Enviada de um  grupo exclusivo dos melhores criminologistas do país, ela é inteligente, feroz… e uma distração. Ela pode ser uma brilhante perita em perfis psicológicos, mas Ryne precisa de respostas, não de baboseira psiquicas e jogos mentais.

Contudo, Abbie o convence de que jogos mentais é exatamente o que esse esquivo suspeito quer. Os aparentemente aleatórios atos de tortura são na realidade calculados para atingir os piores medos de cada vítima. E as apostas estão subindo. Enquanto eles estudam o dúbio psicopata, ele os está observando – as próximas vítimas de sua horrenda obsessão.

Primeiro livro dessa autora que leio. E também o primeiro de uma série – The Mindhunters. O que me atraiu além do romance policial,  que adoro, foi o fato dos perfis psicológicos. Para uma fã de Criminal Minds posso dizer que  o livro foi uma ótima surpresa!

Há um estuprador sádico atacando as mulheres de Savannah. Robel não tem nenhuma pista para pegá-lo. Apenas o Modus Operandi – ele espera a vítima dentro da casa e injeta drogas que ampliam a dor e as sensações, ao mesmo tempo em que deixam a vítima sem poder reagir. Depois, cada ataque é executado de modo diferente – mutilações, afogamentos, incêndios, sufocação…

Abbie chega para ajudar a força tarefa a traçar o perfil psicológico do suspeito. A princípio, ela é recebida friamente por Ryne e os outros detetives, mas depois ela começa a provar seu valor e sua capacidade de investigação e de interrogatório das vítimas. Estudando os ataques e conversando com as mulheres atacadas, ela descobre que o bandido as fazia reviver seus piores medos. Abbie percebe, então, que o final do estupro, não é o final do sofrimento para as mulheres. E é isso o que o maníaco pretende. É esse o elo dos ataques aparentemente aleatórios.

Gostei muito do modo como Kylie conduziu a investigação e o modo como tratou o envolvimento romântico entre Abbie e Ryne. O passo a passo do trabalho policial – checar pistas, pesquisas, entrevistas, relatórios – tudo muito bem elaborado e descrito. Ela conseguiu me surpreender e me levar a pensar em alguns suspeitos, mas nem cheguei perto da verdade…

Quanto ao romance de Abbie e Ryne, achei super realista. Duas pessoas com passados sofridos e com medo de relacionamentos que vão se abrindo aos poucos e aprendendo a confiar e a assumir os sentimentos. Mesmo sendo um livro policial e com uma investigação consistente, a parte romântica é ótima. Claro, vou continuar a seguir a série.

22 de agosto de 2009

Coração Apaixonado de Chelsea Cain

No grande sucesso Coração Ferido, Chelsea Cain nos apresentou a Archie Sheridan e Gretchen Lowell. Ele é um detetive da polícia de Portland, Oregon; ela é a Beleza Mortal, uma serial killer tão estonteante quanto inteligente e cruel. Nas palavras do romancista Chuck Palahniuk (Clube da Luta), “a assassina mais original e cativante desde Hannibal Lecter.”

Há dois meses, Archie se mudou de volta para a casa onde vivia com sua esposa e seus filhos, na tentativa de recontruir sua vida. Mas as marcas deixadas em sua psique desde aqueles dez dias de tortura nas mãos de Gretchen, muitos meses atrás, são tão visíveis quanto as de seu corpo. Distante emocionalmente de sua família, ele não concebe mais uma existência sem a excitação, o perigo, o carisma e a fala suave de Gretchen. A investigação de um assassinato que parece envolver um político importante da cidade o ocupa, mas não afasta de sua cabeça os pensamentos autodestrutivos: o corpo foi encontrado no local onde Gretchen deixara sua primeira vítima, mais de dez anos atrás.

Archie precisa dar cabo da ameaça que a Beleza Mortal representa para a comunidade local e para a sanidade de sua família. E, quando ela escapa da prisão, ele percebe a oportunidade definitiva para isso. Mesmo que precise oferecer a si próprio em sacrifício. O que não seria uma má idéia, se lhe permitisse saciar a paixão que sente.

Tentei ler esse livro bem devagar, mas foi impossível! As cenas se sucedem e as reviravoltas e as investigações tudo faz com que não se consiga parar com a leitura.

Chelsea é fantástica nas descrições e na apresentação das cenas. Veja o primeiro parágrafo:

“Forest Park era lindo no verão. Mal se via o céu cinzento de Portland para além do teto de choupos, abetos e bordos que filtravam a luz, até convertê-la em um verde-claro trêmulo. Uma leve brisa acariciava as folhas. Ipomeias e heras escalavam os troncos das árvores recobertos de musgo e sufocavam as amoras silvestres e samambaias, uma profusão de trepadeiras rastejantes que se amontoava até a altura da cintura de cada um dos lados do caminho apertado e sujo. O riacho sussurrava e se agitava, pássaros cantavam. Tudo era adorável, como se saído das páginas de Walden, ou A vida nos bosques, a não ser pelo cadáver.”

As surpresas e reviravoltas foram sensacionais! Chelsea consegue te conduzir pela cena e te surpreender tão rapidamente, que você precisa reler para se certificar que entendeu corretamente. A solução do mistério nesse livro é algo que eu realmente não suspeitava!

Archie está tentando recomeçar seu casamento e sua vida, mas não sei se ele realmente se esforçava. Teve horas que queria torcer o pescoço dele, em outras queria ajudá-lo e protegê-lo. Mas, mesmo com todos os problemas, ele é brilhante para entender e decifrar os crimes.

Susan, agora de cabelo azul (Turquesa Atômico), investiga e trabalha na reportagem contra o Senador Castle. Ela também é brilhante – do jeito dela – e consegue se meter em confusões e perseguições, mas também é boa de raciocínio e de compreender o grande cenário – se bem que, ela também é ótima em meter os pés pelas mãos…

Gretchen continua a mesma psicopata de sempre. Essa obsessão dela com Archie me fascina, pois dizem que psicopatas não têm sentimentos. Claro, eles gostam de brincar com as pessoas, então penso que ela ainda não terminou o que começou com ele. A relação entre eles me deixa dividida: não sei como tratá-la – é amor? é obsessão? é doença? - Compreendo que ele precise exorcisá-la de sua mente, mas fico com raiva em como ele é impotente e/ou não se esforça para isso.

Acho que a melhor definição desse livro foi dado pela própria Chelsea:

“Esta é uma história de amor na medida em que estas duas pessoas têm uma obsessão pela outra. Não é saudável. Não é romântica. Mas há nela uma intimidade que é semelhante ao amor, ou ao que se entende por amor em relacionamentos manipuladores, violentos, terrivelmente conturbados.”

16 de agosto de 2009

Frio na Espinha de Karin Slaughter

frio na espinha

Sara Linton, médica legista na pequena cidade de Heartsdale, é convocada a examinar um aparente suicídio no campus da universidade local.

O corpo mutilado fornece poucas pistas, e a reitoria está preocupada em evitar escândalo. Mas para Sara e seu ex-marido, o chefe de polícia Jeffrey Tolliver, as peças da misteriosa morte não se encaixam perfeitamente…

Ainda mais quando, em um curto espaço de tempo, mais dois casos duvidosos de suicídio abalam o condado, além de uma jovem brutalmente violentada.

Para Sara, a violência parece estar fechando um círculo ao seu redor. Enquanto Jeffrey segue a pista do suposto assassino, descobre que a ex-policial Lena Adams, atualmente segurança do campus, pode guardar informações cruciais.

Inconformada com sua expulsão da polícia, Lena não parece capaz de proteger a si mesma, sem falar em salvar a próxima vítima…

Com Frio na Espinha, Karin Slaughter confirma suas qualidades como ótima escritora policial. Dotada de um talento para os mínimos detalhes, vem recebendo elogios de autores consagrados como Michael Connelly e Tess Gerritsen.

 

Gostei muito da história e o modo como as situações foram se sucedendo. Logo no início há o aparente suicídio de um rapaz – encontrado morto embaixo de uma ponte, tem toda a característica de que ele se jogou para a morte, -  mas Sara e Jeffrey sentem que há mais na cena e no corpo do que eles conseguem perceber. Depois há mais dois suicídios altamente duvidosos e que os levam a pensar em um assassino serial solto no campus.

Ao mesmo tempo, vemos Lena totalmente perdida depois de ter saído da polícia. Infelizmente, aqui no Brasil não foi publicado o livro entre Cega e Frio na Espinha, então não se sabe o que aconteceu para forçá-la a abandonar o cargo de detetive. Mas dá para perceber uma grande tensão entre ela e Jeffrey e que impede que eles se ajudem durante a investigação – afinal Lena faz parte da equipe de segurança da faculdade e poderia ser um elo entre a polícia e alunos e professores. Só que, toda vez que tentam conversar, ela e Jeffrey se fecham e só conseguem se magoar e se afastar ainda mais um do outro. Além disso, há o fato de Lena se envolver com um rapaz estranho e violento e que está na condicional. Um relacionamento doentio, na minha opinião e na de Jeffrey também.

Sara e Jeffrey ainda estão no mesmo chove não molha no relacionamento deles. Dois teimosos que se amam, mas que têm enorme dificuldade em se acertarem. Mas pelo menos, na parte profissional continuam super competentes e, mesmo com todos os problemas de ordem pessoal que enfrentam nesse livro, conseguem trabalhar juntos maravilhosamente bem.

Karin conseguiu construir um suspense muito interessante – dessa vez não consegui descobrir o assassino, nem mesmo suspeitei dessa pessoa e o final conseguiu me deixar de boca aberta e pensando: Não acredito!!!! Um suspense policial que recomendo!

9 de agosto de 2009

Cega de Karin Slaughter

cega

A pacata Heartsdale, na Georgia, entra em pânico quando Sara Linton, pediatra e médica-legista da cidade, encontra Sibyl Adams, uma jovem professora universitária, morta em um restaurante local. Além de ter sido violentamente estuprada, Sybil fora esfaqueada: dois cortes profundos formavam uma cruz macabra na altura do estômago. No entanto, quando Sara realiza a autópsia, a brutalidade do assassino é revelada em toda a sua extensão.

O chefe de polícia, Jeffrey Tolliver, ex-marido de Sara, está a frente da investigação. Quando uma segunda vítima é brutalmente crucificada alguns dias depois, ele tem de encarar o fato de que o assassinato de Sibyl não fora um ataque pessoal, um caso isolado. Na verdade, um estuprador sádico aterrroriza o Condado de Grant.

Jeffrey não está sozinho em sua busca. Lena Adams, a única detetive da cidade, quer justiça a qualquer preço, uma vez que Sibyl é sua irmã. Sara também não consegue escapar do horror. Um segredo de seu passado pode ser a chave para descobrir o assassino – a menos que ele a encontre primeiro.

 

Gostei muito da história. Um suspense policial bem amarrado e um time de investigação muito bom.

A crueldade e esperteza do assassino estuprador é bem relatada – e quem se ressente de descrições pormenorizadas, pode não gostar muito. Eu, particularmente, adoro livros em que os legistas participam da investigação e vão revelando toda a monstruosidade dos psicopatas. Acho que de tanto assistir CSI fiquei mórbida…

Fora isso, há também as tensões entre os personagens e o relato do modo de vida de uma pequena e pacata cidade que se vê sacudida por crimes bárbaros e sem explicação. Eu consegui descobrir o assassino somente no final e por um pequeno detalhe, mas fiquei muito supresa!

Um ponto que não me agradou muito foi o relacionamento de Sara e Jeffrey. Os dois são excelentes profissionais e fazem seu serviço direitinho, mas quando chega a vida pessoal são dois paspalhos e metem os pés pelas mãos. Mas como é uma série (e infelizmente só dois livros foram lançados no Brasil até agora) dá para entender o porquê disso.

Série Condado de Grant:

Blindsighted (Cega) – 2001

Kisscut – Não publicado no Brasil – 2002

A Faint Cold Fear (Frio na Espinha) 2003

Indelible – Não publicado no Brasil – 2004

Faithless – Não publicado no Brasil – 2005

Beyond Reach – Não publicado no Brasil – 2007

Undone – Não publicado no Brasil – 2009

Espero que logo se publiquem os outros por aqui, pois é uma leitura muito interessante e um bom suspense policial.

10 de maio de 2009

A MENINA QUE BRINCAVA COM FOGO de Stieg Larsson

A revista Millennium está prestes a lançar a bomba mais explosiva já publicada na Suécia sobre o tráfico de mulheres – um escândalo de grandes proporções incluindo figurões do cenário policial, jornalístico e judiciário. Pouco antes da edição vir à luz, porém, os dois autores das denúncias são mortos a tiros. E essa não é a única má notícia que Mikael Blomkvist, editor-chefe da Millennium, tem de enfrentar: segundo a policia, a principal suspeita dos homicídios é sua amiga, Lisbeth Salander.

Lisbeth ajudou-o na investigação de outro caso intrincado, e salvou sua vida. Dotada de memória fotográfica e incrível habilidade em cálculos matemáticos e com computadores – inclusive para invadir sistemas alheios – , ela carrega um misterioso trauma juvenil. Tudo indica que esse trauma, na esteira do qual foi condenada à internação psiquiátrica aos doze anos e julgada juridicamente incompetente aos dezoito, pode ter ligação com os acontecimentos atuais. Procurada e acusada à revelia por três assassinatos, a moça desaparece, enquanto a polícia sueca monta uma megaoperação para caçá-la e a mídia apresenta o caso com o costumeiro sensacionalismo. Mas não será fácil apanhá-la. Menos do que uma vítima indefesa ou, como a imprenssa marrom a descreve, uma assassina desequilibrada, Lisbeth age como um anjo vingador, castigando os pecadores com fúria implacável. Mikael quer encontrá-la antes de todos. Ele sabe que, se provocada ou ameaçada, ela pode atacar – com resultados imprevisíveis.

Segundo volume da trilogia Millennium – um dos maiores sucessos da Suécia e de inúmeros países nos últimos anos – , A Menina que Brincava com fogo seduz pela trama movimentada e pelo conjunto de personagens secundários, presente tanto no lado dos bons quanto no lado dos maus (embora essa fronteira seja bastante tênue nos romances de Larsson).

Larsson é o grande noir da Suécia e Lisbeth Salander, uma heroína diferente de todas as outras. O clímax é um festim sangrento.” The Times

 

Um livro simplesmente fantástico! Gosto muito do jeito como Larsson narra sua história. Ele é muito natural, nem um pouco carregado e, assim, o texto flui gostoso e fácil de acompanhar. Adorei reencontrar Lisbeth e Mikael e Erika e conhecer novos personagens como Dag e Mia e Sonja Modig e Bublanski e Paolo Roberto (esse é sensacional).

Dag é um reporter freelancer que está escrevendo um livro polêmico sobre tráfico de mulheres. Ele é companheiro de Mia, cuja tese de doutorado em criminalística se foca na exploração sexual de mulheres. Eles fizeram a pesquisa juntos, mas cada um explora um lado do problema. Dag quer que a Millennium publique seu livro e apresenta a idéia à Erika e Mikael. Então fica decidido se fazer um número temático da revista com o tema  tráfico de mulheres para coincidir com o lançamento do livro. Livro esse que será polêmico pois trará nomes de autoridades judiciárias e policiais e de jornalistas que usam desse serviço acompanhado de depoimentos das mulheres.

Faltando pouco tempo para a publicação do número temático e entrega do manuscrito original, Dag e Mia são assassinados a tiros no apartamento onde moravam. Também é encontrado morto,  em seu apartamento, o advogado Nils Bjurman – tutor de Lisbeth Salander. Qual a ligação entre esses crimes? Quais as provas e conclusões da polícia?

Lisbeth passa a ser suspeita das mortes e a polícia monta o cerco para prendê-la. Acontece que ela não é uma mulher fácil de ser localizada e é muito mais inteligente do que seus perseguidores. Larsson mantém o suspense e mostra os diversos aspectos da investigação. Não vou falar muito para não estragar as surpresas.

O final foi de tirar o fôlego e já me deixou super ansiosa pelo terceiro volume. Espero que o lancem ainda esse ano.

Um pouquinho de Lisbeth:

Lisbeth Salander ficou plantada na calçada em frente à imobiliária Nobel uns bons minutos. Perguntava-se o que Joakim Persson iria achar se ela jogasse um coquetel Molotov na vitrine. Então, voltou para casa e  ligou o PowerBook.

Levou dez minutos para piratear a rede interna da Nobel graças as códigos de acesso que ela observara distraidamente quando a mulher de trás do balcão se conectara para baixar as fotos. Levou mais três minutos para perceber que o computador da mulher era também o servidor da empresa – será possível ser tão burro? – e outros três para ter acesso aos catorze  computadores que compunham a rede. Em pouco mais de duas horas, esmiuçara a contabilidade de Joakim Persson e constatou que ele sonegara ao fisco perto de setecentos e cinquenta mil coroas nos últimos dois anos.

Baixou todos os arquivos indispensáveis e os reuniu num pacote coerente, que enviou por e-mail para o Tesouro Público usando o endereço anônimo de um fornecedor de acesso americano. Feito isso, expulsou Joakim Persson do pensamento.

(tudo isso por que esse Joakim a tratou como imbecil quando ela foi procurar um apartamento para comprar…)

15 de dezembro de 2008

Os Homens que não amavam as Mulheres de Stieg Larsson



O jornalista Mikael Blomkvist acaba de ser condenado e sentenciado a três meses de prisão por difamar um poderoso financista. Recebe, então, uma proposta intrigante: o grande industrial Henrik Vanger quer contratá-lo para escrever a biografia de sua conturbada família. Mas, sobretudo, Vanger quer que Mikael investigue o sumiço de sua sobrinha Harriet, desaparecida sem deixar vestígios há quase quarenta anos. Henrik também se dispõe a salvar a Millenium, revista capitaneada por Mikael, e que se encontra em risco de falência. De início contrariado, o jornalista acaba aceitando a tarefa.
Harriet desapareceu quando sua família se reunia para um encontro em uma ilha. Inteligente e sensível, a moça era a favorita de Henrik. Suspeitos não faltam, pois, se todas as famílias têm esqueletos no armário, o clã Vanger parece dispor de um cemitério inteiro. Em sua busca febril, Mikael recebe a ajuda de uma jovem e genial hacker, Lisbeth Salander, cuja magreza anoréxica só é comparável à fúria silenciosa que nutre contra a sociedade. Mas, como Mikael logo compreende, se alguém oculta um segredo torpe, é certo que Lisbeth irá descobri-lo. E, de fato, pouco a pouco, o jornalista e sua improvável parceira desvendam um verdadeiro circo de horrores.
Os homens que não amavam as mulheres não é apenas um dos mais comentados romances policiais dos últimos anos, tendo tomado de assalto a lista dos mais vendidos dos países onde foi publicado. É uma obra de dimensões oceânicas, que se desdobra pelos mais diversos aspectos da vida moderna – os crimes de colarinho branco, a responsabilidade do jornalismo econômico com a ciranda financeira, o fenômeno da internet e da invasão de privacidade, o ódio contra as minorias. Por isso, além de seduzir com seu intrincado mistério, fornece uma reflexão ética sobre a sociedade atual, sobre os segredos de cada um e a responsabilidade de todos.



Realmente, esse resumo define bem o livro.

Mikael publica uma reportagem sobre um renomado financista sueco, e essa reportagem se prova uma fraude. Ele perseguia uma pista dada por um amigo e encontrou uma fonte que lhe entregou materiais que se revelaram uma fraude. Julgado e condenado por difamação, Mikael tem de se afastar da direção da revista Millenium, uma publicação econômica de que é sócio, juntamente com Erika Berger e Christer Malm. Esse afastamento se faz necessário para evitar que a revista continue a afundar com a saída de anunciantes e o descrédito conseguido com a condenação de Mikael.

Logo que decide se afastar temporariamente, recebe a proposta de Henrik Vanger para escrever a biografia de sua família – só que esse é apenas um pretexto. Henrik quer que Mikael investigue o desaparecimento de Harriet, sua sobrinha, um mistério que o vem consumindo há quase quarenta anos. Para fisgar Mikael, Henrik diz que se ele trabalhar durante um ano tentando resolver esse caso, no final desse prazo, além dos honorários acordados, entregará a prova que Mikael precisa para desmascarar Hans-Erik Wennerstrom, o homem a quem foi acusado de difamar.

A investigação é conduzida de forma maravilhosa no decorrer do livro. Junto com Mikael vamos desvendando as pistas e descobrindo coisas novas. Cada nova descoberta, conduz a mais perguntas e mais investigações. Os crimes que vão aparecendo são violentos e sempre cometidos contra mulheres. Conforme avança, Mikael precisa de uma ajudante e é quando ele se cruza com Lisbeth.

Lisbeth é um personagem incrível. Super fechada, não sabemos se gostamos dela ou não no começo. Mas conforme a trama vai transcorrendo, ela nos ganha. Uma mulher sofrida e com segredos que guarda a sete chaves. Uma mulher que poderia ser uma vítima, mas que luta e se mostra uma vencedora.

Juntos, Mikael e Lisbeth se revelam uma excelente dupla de investigadores. A família Vanger não quer a investigação e tenta sempre sabotar os esforços de ambos. Um suspense policial muito bom e que convence.

Uma coisa que me chamou muito a atenção foram os relacionamentos. Mikael e Erika são amigos e amantes “eventuais” há vinte anos. O mais interessante é que Erika é casada e simplesmente informa ao marido que vai passar o final de semana com Mikael e tudo bem! Não sei se os suecos são muito civilizados, ou se meu sangue latino é que não aceita bem essa situação. Mikael, no decorrer do romance, mantém relacionamentos com outras mulheres também. Creio que essa seja uma situação não muito comum nos romances que leio e é esse o motivo por ter ficado muito surpresa. Mas Mikael é um homem super ético e que respeita e entende as mulheres em sua vida, por isso, não consegui ficar brava com ele.

Gostei e recomendo a leitura desse livro. Já estou super ansiosa pela continuação, visto se tratar de uma trilogia.