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11 de janeiro de 2015

Os Três de Sarah Lotz

Quinta-Feira Negra. O dia que nunca será esquecido. O dia em que quatro aviões caem, quase no mesmo instante, em quatro pontos diferentes do mundo.
Há apenas quatro sobreviventes. Três são crianças. Elas emergem dos destroços aparentemente ilesas, mas sofreram uma transformação.
A quarta pessoa é Pamela May Donald, que só vive tempo suficiente
para deixar um alerta em seu celular:
Eles estão aqui.
O menino. O menino, vigiem o menino, vigiem as pessoas mortas, ah, meu Deus, elas são tantas... Estão vindo me pegar agora. Vamos todos embora logo. Todos nós. Pastor Len, avise a eles que o menino, não é para ele...
Essa mensagem irá mudar completamente o mundo.

 

Quando me deparei com esse resumo fiquei completamente curiosa para saber o que esse livro traria. Devo confessar que não aconteceu muito do que esperava, mas o que aconteceu me pegou de surpresa e me fez apreciar muito a história.

Bom, para começar, a história se baseia em um livro escrito para contar a tragédia que foi a Quinta Feira Negra e sobre o que aconteceu com as crianças sobreviventes. No prefácio de seu livro, a autora, Elspeth Martins, diz que vai trazer apenas dados que levantou e vai deixar os leitores formarem suas opiniões. E assim vamos vendo transcrições de conversas via skype, trechos de entrevistas em jornais e revistas – algumas traduções –, transcrições de conversas em salas de chat e e-mails e vamos tendo uma ampla visão do que ocorreu nos meses após a tragédia.

A Quinta Feira Negra foi um acontecimento em que quatro aviões caíram, quase ao mesmo tempo, em diferentes locais do mundo: Japão, Estados Unidos, África e Europa. Desses desastres somente três crianças – uma de cada voo – escapou com vida e quase sem nenhum ferimento. Esse fato, juntamente com uma mensagem enigmática deixada por uma americana, que estava no avião japonês,  pouco antes de morrer, desencadeia várias teorias da conspiração envolvendo essas crianças! Há desde fanáticos religiosos que afirmam que as crianças são os Cavaleiros do Apocalipse, a crenças de que as crianças estão tomadas por alienígenas tentando dominar a Terra com a ajuda dos governos.

A autora vai nos fazendo ver, através de relatos das famílias dos sobreviventes e testemunhas, como a vida dessas crianças vai dando lugar a uma complexa manipulação midiática e religiosa e, até mesmo política, e mudando o destino de inúmeras pessoas. O suspense vai num crescendo e a curiosidade por saber o que aconteceu de verdade vai fazendo com que largar a leitura seja muito difícil. O final foi totalmente inesperado e nos deixa com algumas perguntas ainda, exatamente o que a autora prometeu no começo. Ótima história!

24 de agosto de 2013

Reconstructing Amelia de Kimberly McCreight

Um maravilhoso livro de debute no qual uma mãe solteira reconstrói a vida de sua filha adolescente, lendo os e-mail, sms, e redes sociais para juntar as peças da chocante verdade de seus últimos dias de vida.

Advogada de litígios e mãe solteira, Kate Baron, fica estonteada ao ser chamada pela exclusiva escola particular em Park Slope, Brooklyn, onde sua filha estuda, com notícias perturbadoras: Amelia, sua inteligente e competente filha de 15 anos, foi pega por plágio.

Kate não consegue acreditar que Amelia, uma garota ambiciosa e de bom senso que nunca causou problemas, pudesse fazer algo assim. Mas quando chega a Grace Hall, Kate tem de encarar notícia ainda mais devastadora: Amelia está morta.

Aparentemente incapaz de lidar com o que fez, uma desesperada Amelia pulou do telhado da escola num ato de suicídio "espontâneo". Pelo menos essa é a história que Grace Hall e a polícia contam a Kate. E esmagada como está pela própria culpa e despedaçada pelo luto, é a história em que Kate acredita até que recebe um torpedo anônimo:

Ela não pulou.

Examinando os e-maisl, sms, posts em redes sociais e no celular, Kate está determinada a aprender a dolorosa verdade sobre o porquê Amelia estava no telhado de Grace Hall e por que ela morreu.

Narrada em vozes alternadas, Reconstructrin Amelia é uma história de segredos e mentiras, de amor e traição, de amigos confiáveis e bullies violentos. É sobre o quão bem uma mãe conhece sua criança e o quão longe uma mãe irá para vingar a memória da filha que não conseguiu salvar.

 

Esse resumo me conquistou e não resisti e acabei baixando o livro em meu kindle e devorando-o. Uma história maravilhosa e com suspense na medida certa!

Amelia e Kate são super próximas, pois sempre foi somente as duas contra o mundo! Mas, de repente, Kate se vê surpreendida e perdida por não saber se realmente conhecia sua filha da forma como sempre pensou e, claro, se cobrando como mãe por não ter percebido o quão errada estava... Ou será que não?

Tudo começa com um telefonema da escola dizendo que Amelia havia sido suspensa e que Kate deveria ir buscá-la imediatamente. Mas como estava no meio de uma importante reunião, até conseguir delegar as informações a seu chefe, pegar o metrô – com problemas no meio do caminho – ela só conseguiu chegar lá 1h45 minutos depois. E, quando chega, tem a pior surpresa de sua vida: Amelia se suicidou, aparentemente por não suportar encarar o que fez! Mas depois de muito sofrimento e um  luto arrasador, uma esperança – e um medo atroz – começa a se formar, pois ela recebe uma mensagem dizendo que Amelia não se suicidou! Então o que aconteceu, de verdade, com sua filha? Assassinato? Acidente? Ou suicídio mesmo?

Adorei o modo como a autora foi nos mostrando o que levou Amelia até o ponto onde estava, dando voz a própria menina através de narração pessoal e dos sms e e-mails e mensagens em redes sociais que deixou e sua mãe começa a analisar. Ao mesmo tempo, vamos acompanhando as descobertas que Kate vai fazendo não só sobre o recente passado de Amelia, mas também sobre si mesma, pois conforme as investigações vão avançando, vemos que o passado de Kate tem muito a ver com o que aconteceu com Amelia. E descobrir como tudo está conectado é muito triste e doloroso.

A narração foi algo maravilhoso, pois a autora conseguiu ir conquistando os leitores e mantendo o suspense até o final! E, conforme a história ia progredindo, e íamos vendo o que Amelia passou, a dúvida sobre a possibilidade ou não de suicídio foi ficando cada vez mais forte.

Uma história maravilhosa sobre descobertas, primeiros amores, amizades e inimizades e uma relação de mãe e filha muito linda e especial! Recomendo.

15 de janeiro de 2013

Sob a Redoma de Stephen King

 

Era um dia como outro qualquer em Chester´s Mill, no Maine. Subitamente, a cidade é isolada do resto do mundo por um campo de força invisível. Aviões explodem quando tentam atravessá-lo e pessoas trabalhando em cidades vizinhas são separadas de suas famílias. Ninguém consegue entender o que é esta barreira, de onde ela  veio e quando – ou se – ela irá desaparecer.

Dale Barbara, veterano da guerra do Iraque, se une a um grupo de moradores da cidade para manter a situação sob controle. A força de oposição é representada por Big Jim Rennie, um político que está disposto a tudo – até matar – para continuar no poder, e seu filho, que guarda a sete chaves um horrível segredo.

Mas essa não é a única preocupação dos habitantes. O isolamento expõe os medos e as ambições de cada um, até os sentimentos mais reprimidos. Assim, enquanto correm contra o pouco tempo que têm para descobrir a origem da redoma e uma forma de desfazê-la, ainda terão de combater a crueldade humana em sua forma mais primitiva. Sob a Redoma é um thriller arrebatador e uma inquietante reflexão sobre a nossa própria potencialidade para o bem e o mal.

 

Fazia tempo que não lia um livro do Stephen King e, quando vi esse lançamento, já fiquei tentadíssima, mas não animada a encarar a montanha de folhas. Mas ao saber que esse livro pode virar uma mini série, a tentação venceu e resolvi encarar as 960 páginas dessa história sensacional!

King nos leva até a cidadezinha de Chester´s Mill e sua população comum. Mas "comum" é algo que vai acabar completamente, numa manhã de sábado, quando uma misteriosa redoma isola toda a cidade do resto do mundo. A voz narrativa de King é forte e poderosa e ela vai nos conduzindo, primeiramente, de pessoa a pessoa que primeiro presenciam o surgimento dessa barreira invisível. E depois essa voz vai nos mostrando a surpresa e o terror e a incompreensão que esse fato vai provocando nas relações humanas e na interação com o ambiente. Não somos poupados de cenas muito fortes e terríveis e nem das cenas em que há cooperação e ajuda entre os habitantes.

Os personagens vão nos sendo apresentados pelo narrador e vamos podendo formar nossas opiniões. Devo dizer que algumas vezes nos enganamos – e muito – e temos de reformular essas opiniões constantemente no decorrer da história. Por exemplo, quando conheci Big Jim o achei canastrão e demagogo e aproveitador, mas basicamente um bufão sem cérebro. Só que na verdade ele se revelou esperto e perigosíssimo e de bobo não tinha nadica de nada! Alguns, como o Rennie Jr, já mostram muito bem o que são e nos surpreendem apenas com a falta de limites e crueldade de que são capazes. 

Outra surpresa fica com o comportamento da população conforme vão percebendo que a redoma é real e que eles estão presos lá. Eles são facilmente manipulados por Big Jim e reagem exatamente como ele previa.  E acho que esse é um dos melhores momentos de King, pois ele nos leva a imaginar como nós agiríamos na mesma situação... É terrível pensar em como, num grupo, poderíamos facilmente agir de modo diferente do que estamos acostumados. Esse "será que eu seria do grupo do Barbie ou do Big Jim" é algo que pode nos deixar entretidas por horas – horas em que estamos trabalhando e não podemos ler, mas jamais esquecendo dos acontecimentos do livro e deixando os pensamentos voar (e eu acho que esse é outro trunfo da história, pois ela gruda em nossa mente e ficamos ansiosos por saber o que vem pela frente).

Outro ponto que achei interessante foi o modo como King retratou a fé – e as igrejas – no decorrer da história. Na cidade de Mills só existiam duas igrejas: a Congregacional, cuja pastora era Piper, uma mulher que tinha perdido a fé, mas continuava orando e pregando; e a Sagrado Cristo Redentor, cujo pastor era Lester, um homem de fé, mas ao mesmo tempo envolvido nas falcatruas de Big Jim e companhia. Se vocês me perguntarem o que achei de interessante posso citar o fato de que ser devoto e congregar numa igreja não faz com que a pessoa seja boa ou correta ou cumpra seus deveres como manda os mandamentos e normas das religiões; ao mesmo tempo em que uma pessoa que se culpa por não ter fé é aquela que estende à mão aos outros na hora da necessidade. E como conheço muitas pessoas assim, que não largam da barra da batina e/ou terno dos padres/pregadores, mas  nunca têm tempo para ajudar e vira as costas a quem precisa, tal fato me chamou muito a atenção. Isso e o fato de Big Jim cometer os crimes que comete e exigir "Améns" de seus comparsas e tendo a certeza de que está realizando a vontade de Deus.

O livro tem um ritmo intenso e sempre tem algo acontecendo ou sendo tramado ou premeditado. E a narração não perde o passo e sempre mantém o leitor interessado e ansioso. Eu curti cada momento – mesmo os mais terríveis – e torci pelos heróis e não via a hora de descobrir o que era a redoma e como ela surgiu (se bem que não gostei muito da explicação) e sofri com os personagens e a cidade o tempo todo. Esse não é o tipo de livro em que se consiga ficar indiferente durante a leitura. Super recomendo!