John e Jenny haviam acabado de se casar. Eles eram jovens e apaixonados, vivendo em uma pequena e perfeita casa e nenhuma preocupação. Jenny queria testar seu talento materno antes de enveredar pelo caminho da gravidez. Ela temia não ter vindo com esse “dom” no DNA, justamente porque matara uma planta por excesso de cuidado: afogando-a. Então, eles decidiram ter um mascote. Vão a uma fazenda, escolhem Marley, ao tomar contato com uma ninhada, porque também ficam encantados com a doçura da mãe, Lily; só depois têm uma rápida visão do pai, Sammy Boy, um cão rabugento, mal-encarado e bagunceiro. Rezam para que Marley tenha puxado à mãe, porém suas “preces” não são atendidas. A vida daquela família nunca mais seria a mesma.
Tenho esse livro em minha “pilha a ler” desde 2008, mas não tinha coragem de pegá-lo, pois já imaginava o final e achava que não conseguiria lê-lo… Quando surgiu a idéia do Desafio resolvi aproveitar a deixa e finalmente enfrentar meus medos de frente. E podem ter certeza de que sai ganhando e me arrependendo por ter esperado tanto…
John Grogan conseguiu, com esse livro, passar realmente o que é ter e viver com um cão! Tem todas as fases que nós, donos de cães, já estamos acostumados: o prazer de ser recebido com alegria, os risos que certas situações provocam, o companheirismo da constante presença a nosso lado, o nervoso quando vemos a destruição que causam, a raiva que vem quando se mostram teimosos (e que não dura nadinha, pois eles sabem como nos “dobrar”) e, por fim, a tristeza em vê-los envelhecendo e saber que a jornada deles ao nosso lado está para terminar… É simplesmente impossível ficar indiferente a essa história!
Marley, com seu jeito rebelde, alegre, destruidor, impossível, nos traz um sorriso enorme e nos faz dar muitas risadas – afinal, pimenta nos olhos dos outros é refresco! – Mas, mesmo com toda a destruição e gastos que deu, nada substitui o amor e afeto e fidelidade que dedicou a sua família e que transborda das páginas e da narrativa de John. Marley amou e foi amado – como todo cachorro deveria ser – por John e Jenny e pelas crianças.
Vou finalizar com um trecho que acho que todo dono de cão se identifica:
“Seria possível que um cachorro – qualquer cachorro, mas principalmente um absolutamente incontrolável e maluco como o nosso – pudesse mostrar aos seres humanos o que realmente importava na vida? Eu acreditava que sim. Lealdade. Coragem. Devoção. Simplicidade. Alegria. E também as coisas que não tinham importância. Um cão não precisa de carros modernos, palacetes ou roupas de grife. Símbolos de status não significam nada para ele. Um pedaço de madeira encontrado na praia serve. Um cão não julga os outros por sua cor, credo, ou classe, mas por quem são por dentro. Um cão não se importa se você é rico ou pobre, educado ou analfabeto, inteligente ou burro. Se você lhe der seu coração, ele lhe dará o dele. É realmente muito simples, mas, mesmo assim, nós humanos, tão mais sábios e sofisticados, sempre tivemos problemas para descobrir o que realmente importa ou não.”
Se fosse para responder a pergunta eu diria que SIM. Um cão é um grande professor! E quando parte, deixa para sempre sua marca no coração de quem o amou. E John Grogan conseguiu mostrar isso com esse livro! Recomendo.