Payne, irmã gêmea de Vishous, é feita da mesma matéria guerreira de seu irmão. Uma guerreira por natureza e uma pessoa independente quando se trata do tradicional papel das Escolhidas, não há lugar para ela no Santuário, mas, também, não há lugar para ela na frente de batalha…
Quando sofre um ferimento que a paralisa, o cirurgião humano Manuel Manello é chamado para tratá-la como somente ele é capaz – e ele logo se vê sugado para esse mundo perigoso e secreto. Embora ele nunca tenha antes acreditado em coisas que andem na escuridão – como vampiros – ele logo se pega mais do que disposto a ser seduzido por essa poderosa fêmea que marca seu corpo e sua alma.
Enquanto os dois descobrem muito mais do que uma conexão erótica, o mundo humano e dos vampiros colidem … bem quando uma conta de séculos chega a Payne e coloca seu amor e sua vida em um perigo mortal.
Todos sabem que a Black Dagger Brotherhood é uma das séries que sigo com uma religiosidade ferrenha! O duro é que só sai um livro por ano e a espera é angustiante, mas sempre vale a pena…
Nesse novo livro – Lover Unleashed – temos a história de Payne, irmã gêmea de Vishous, que ficou aprisionada no Santuário por toda a vida. Ela já vinha aparecendo nos outros livros e não é uma Escolhida pacífica e obediente e calma, como deseja sua “querida mãezinha”. Para ela, esse confinamento é uma tortura e ela não hesita em deixar isso bem claro!
No livro anterior, vemos Payne ser gravemente ferida e ser transportada do Santuário para o Quartel General da Irmandade para ser tratada. Acontece que o ferimento é muito grave e se decide buscar ajuda fora, mais precisamente do ex-chefe de Jane, o Dr. Manuel Manello.
Manny ainda não se recuperou bem dos fatos acontecidos há um ano atrás (não vou falar para não dar spoiler pra quem ainda não leu todos os livros). Ele está trabalhando normalmente, mas anda sofrendo de enxaquecas e se sentindo meio afastado de tudo. Então, quando Jane re-aparece para ele, é um choque! E descobrir sobre uma nova espécie e se ver sentindo-se atraído por uma vampira não é nenhum passeio no parque também!
O desenrolar da história entre Manny e Payne não foi bem o que eu estava esperando – apesar de ter uma de minhas principais suspeitas confirmada no final. Adorei o modo como JR tratou o assunto e desenvolveu o romance entre eles! Afinal, um humano e um vampira não é uma coisa muito comum, principalmente pelo modo como as mulheres são super protegidas nesse mundo vampiresco!
Tinha lido algumas conversas e alusões de que Vishous aparecia muito nessa história (chegando mesmo a roubar a cena!), e isso é realmente verdade! Ao descobrir que tem uma irmã – gêmea, ainda por cima – e que essa irmã viveu praticamente prisioneira de sua mahmen não ajudou muito a sanidade mental dele! V passa, então, por uma crise existencial, que rapidamente se transforma numa crise conjugal, e que o transporta a um passado que ele não deseja recordar! Gente, o sofrimento dele – e, consequentemente, de Jane e Butch – é intenso e perturbador. Eu, que sempre gostei de Vishous, mas nunca fui uma fã ardorosa dele, acabei me apaixonando pelo personagem e descobrindo e reparando muito mais nele. Jane não ficou atrás! Ver mais dela e seus sentimentos ajudou muito a resgatá-la em meus olhos e vê-la como mais do que a médica da Irmandade.
Um aparte: J.R.Ward está, nos últimos livros, sempre trazendo alguma crise conjugal! Z e Bella já enfrentaram problemas em Father Mine. Beth e Wrath também tiveram um terreno bem acidentado em um dos livros. Agora foi a vez de Jane e Vishous! Eu acho isso muito interessante, pois todos sabemos que não há relacionamentos perfeitos… É mais um ponto a favor do mundo criado pela Warden! Não é porque eles estão juntos, que tudo corre a mil maravilhas…
O novo grupo de guerreiros, que JR disse que ia surgir, é muito mais perigoso e preparado do que eu imaginei. E também me surpreendeu o propósito de eles virem para o Novo Mundo. Adoro quando JR não faz o que a gente está esperando, se bem que não sei se a expectativa das outras pessoas é a mesma que a minha. Em minha mente, eu tinha traçado certos caminhos, que, além de não se confirmarem, foram sumariamente mortos e enterrados no desenrolar da história… Mas a curiosidade em descobrir mais sobre eles não diminuiu. Só aumentou. Ainda mais por ela ter se fixados mais em apenas dois deles: Xcor e Throe. E gostei muito do que vi, apesar da tensão em algumas cenas!
No resumo, ela nos diz que o mundo dos humanos e dos vampiros colidem. Tinha imaginado apenas Manny e Payne, mas há outro ponto de colisão. Há um assassino a solta e José de la Cruz e seu novo parceiro, Thomas DelVecchio, estão investigando. DelVecchio será o herói de Envy (Fallen Angels #3) (informação obtida no grupoJ.R.Ward no goodreads). Fico aqui imaginando se será nesse livro que o mundo da Irmandade e dos Anjos se encontrarão. Não estava entendendo bem o porquê dessa investigação – a menos que fosse para José lembrar-se de Butch (que foi quem fez uma ligação para o 911 informando a localização de um dos corpos – claro que José reconheceu a voz!), mas mais para o final deu para ter uma pequena luz, que só fez aumentar a curiosidade horrores!
Saxton e Blay e Qhuinn apareceram bem pouco, mas já deu para sentir que ainda há muito chão para eles percorrerem… Espero mesmo que Ward não nos deixe na mão com relação a esse romance! Afinal, ela começou uma história e tem de continuá-la, mesmo que seja na forma de um conto. Participando de bate-papos com ela, dá para perceber que os editores não estão botando muita fé em um livro gay tão para já na série e que esse é um assunto que ela está debatendo bastante, pois a cobrança das fãs é muito grande.
E JM não apareceu muito nesse livro! Sempre imaginei que John fosse um alter-ego da Warden. Parada aqui, pensando no que escrever – para não dar spoilers – foi que me ocorreu que o tom do livro estava diferente! Talvez fosse a falta do olhar de JM… Fora que a linguagem também está diferente! Tanto Payne quanto os guerreiros estrangeiros têm uma linguagem mais arcaica – acho que para demarcar a distância deles do mundo moderno! A falta se sintonia entre eles e a sociedade atual! Algumas expressões são bem estranhas, mas muito charmosas. Claro que as metáforas e comparações de JR continuam impagáveis! Adoro o modo como essa mulher escreve. Ela consegue transmitir um mundo de sentimentos em algumas frases… Incrível!
No mais, apesar de ter algumas cenas bem fortes e, como eles dizem lá, que não são para quem têm coração fraco, o livro é uma delícia e super rápido de se ler. Pena que depois a gente fica aqui esperando mais um ano e com DPL (depressão pós livro). Ainda mais que ela anunciou que o próximo vai ser Thorment! Vai ser mesmo um tormento esperar… mas como já disse, vale super a pena!