Hard to Hold de Stephanie Tyler

O Tenente Jake Hansen sobreviveu a alguma das mais arriscadas missões conhecidas pelos homens. Mas  agora,  ferido, o SEAL encara sua mais difícil missão: resgatar a Dra. Isabelle Markham da África sem causar um incidente internacional. Nada fácil quando a bela refém é a filha de uma Senadora – e tão difícil de resistir quanto um oásis no deserto.

Se não fosse por Jake, Isabelle ainda estaria do outro lado do mundo, onde as forças rebeldes a abandoram como morta. O guerreiro das forças especiais pode ter salvado sua vida, mas ela não precisava que ele a protegesse agora. Fale isso para o belamente rude homem em uniforme de combate completo que acaba de ser designado como guarda-costas de Isabelle. Apesar de terem de ficar muito próximos, Isabelle não quer Jake perto de seu coração – até que o perigo os coloca juntos novamente. E nada nas florestas da selvagem África os preparou para uma paixão assim selvagem. Louca. Quente.

Por uma coincidência, acho que fevereiro está sendo o mês para ler trilogias com irmãos – adotivos, ainda por cima. Comecei com a Trilogia da Gratidão, de Nora Roberts, e já vim para a Trilogia Hold, sendo Hard to Hold o primeiro, seguido por Too Hot to Hold e Hold on Tight (que ainda vou ler), e que trás três irmãos – Jake, Nick e Chris – que além de serem irmãos adotivos (os pais de Chris acolheram Jake e Nick), fazem também parte da mesma equipe SEAL – Team 12.

Nunca tinha lido um livro da Stephanie – li o da Sydney Croft, que é ela e Larissa Ione escrevendo juntas – mas ouvi falar muito dessa trilogia e não resisti. Sinceramente, esperava um livro hot e com ação. Algumas intrigas e brigas de casal, um romance normal. Mas recebi algo bem diferente! Há romance, sim. Há brigas de casal, também. Mas há também muito mais! Os personagens são complexos, vem de um passado muito intenso e com traumas e problemas pessoais muito graves.  Gostei de como a autora retratou os personagens de forma muito real, não há mudanças radicais por causa do amor, a vida continua mesmo estando apaixonados. Os problemas ainda estão lá, só que agora temos alguém com quem dividí-los.

Além do núcleo dos irmãos e Isabelle, há também Sarah e Clutch (um mercenário) na África – e com uma história sofrida e real também.

Jake está em missão no Djibouti com sua equipe. Lá eles recebem um rádio que há uma americana ferida e deixada como morta bem no caminho de duas forças rebeldes que estão se enfrentado. Quando chegam para resgatá-la, encontram a Dra. Isabelle Markhan, cirurgiã que está trabalhando com os Médicos Sem Fronteiras, além de filha de uma senadora. Ela foi sequestrada da clínica e brutalmente espancada e estuprada.  Enquanto Jake fica e a socorre, Nick vai buscar ajuda para transportá-la até o ponto de retirada da equipe. Nesse tempo em que ficam sós, Jake e Isabelle trocam confidências – ela está muito ferida e precisa de algo para mantê-la desperta. Jake não contava reencontrá-la dois meses depois e ser obrigado pelo Almirante de sua base (que é tio de Isabelle) a se tornar guarda-costas dela  extra-oficialmente.

Para Isabelle, Jake é o único homem com quem ela pode contar para se recuperar do trauma, pois ele a viu e sabe o que aconteceu. Nesses dois meses que vem se recuperando é somente nele que consegue pensar. É nele que vai buscar apoio e refúgio – e sem saber, faz direitinho o que o tio dela quer! Mas a história não é previsível e há muita reviravoltas e ação. E os diálogos são muito bons e intensos também. Uma amostrinha:

“Ele ficou deitado lá por alguns segundos, ofegando, as mãos dela ainda nele. Então se sentou e a afastou, gentilmente.

- Eu não sou ele, Isabelle. – ele finalmente conseguiu dizer. – Não sou o homem que te feriu.

Ela se sentou sobre os calcanhares. – Eu sei disso… você acha que eu não sei?

- Eu não sei o que voce pensa. Sou só um homem que está se apaixonando pela primeira vez na vida, um homem que não sabe as regras do jogo e que acha que está seguindo sozinho nessa estrada. E então eu me lembro, sozinha é como você gosta de fazer tudo. – Ele a encorou, como se percebesse que tinha revelado demais, mas não retirou nada do que tinha falado.

- Meu Deus, Jake, eu…

- Eu disse a você na noite em que te peguei na casa de Cal… você nunca precisa pedir desculpas para mim. Não deixe que ninguém te impeça de conseguir dar a volta por cima. Nem mesmo eu.”