Ryan Daire, detetive da cidade de Chicago, tem muitos segredos: ama Shakespeare, aprecia as coisas mais finas da vida e tem uma absoluta falta de comedimento na cama. Agora ele tem um segredo ainda maior. Em cada sombra da enorme mansão que herdou recentemente ele pode vê-la – tentadora, etérea e intocável. Hope Stillwater viveu na mansão em 1906 e, agora, um desejo feroz se tornou o conduite entre essas duas almas apaixonadas, separadas pela barreira do tempo.
Intoxicados pela presença um do outro, Ryan e Hope estão mais próximos do que nunca de cruzar aquela convidativa fronteira entre dois mundos. Mas há um grande perigo. O trabalho de Ryan o colocou no caminho de um criminoso depravado em uma investigação que arrisca o destino eterno de Hope. Agora ele deve fazer o que for preciso para mudar a história, proteger Hope do perigo e libertar seus próprios desejos.
Eu adoro histórias com viagem no tempo! Adoro ver a criatividade e ver a pesquisa que as autoras fazem para compor um belo romance.
Nesse livro vemos Ryan herdando uma mansão abandonada em Chicago. Ele é policial da divisão de costumes, mas se formou em Direito e é um estudante aplicado de História – foi o professor de História quem deu a casa a ele – e ama ler Shakespeare. Já ao entrar na casa, ele começa a ter visões de uma bela mulher. No quarto, ele encontra um enorme espelho de corpo inteiro que se revela ser um portal. E é através desse espelho que ele começa a ver – e interagir – com Hope, a habitante da casa (e do quarto) em 1906.
Ao pesquisar sobre os habitantes da casa, ele descobre que Hope foi sequestrada e assassinada em 1906. O pai dela era um Ministro Reformista que lutava contra a escravidão branca – o uso de mulheres como escravas sexuais nos bordéis da cidade. Hope, a seu modo, ajudava seu pai nessa luta: ela ia até a estação de trem e procurava as moças que chegavam desacompanhadas em busca de emprego e oportunidades na Chicago que estava crescendo, e oferecia abrigo e apoio e amizade, evitando que os aliciadores as levassem aos bordéis onde seriam estupradas e obrigadas à trabalharem nesse mundo. Ryan, em 2008, estava lutando contra o mesmo tipo de comércio. Só que no caso dele, eram imigrantes ilegais que eram enganados com ofertas de emprego e oportunidades nos EUA e, quando chegavam, eram obrigados a trabalharem em fábricas (homens) e no mercado sexual (mulheres).
Ao saber do perigo que Hope corria, Ryan tentou avisá-la para ter cuidado, mas, mesmo assim, decidiu empreender a viagem no tempo e ajudá-la. Ao se ver em 1906, ele percebe vários fatos intrigantes e usa seus conhecimentos para conseguir se virar e enfrentar os perigos para chegar até Hope – que já havia sido sequestrada e estava para ser estuprada! Depois, ele consegue trazer Hope para 2008 – e foi super interessante ver como ela encara nossa tecnologia e atitudes e estilo de vida. Muita coisa que para nós é normal, para ela é de um encantamento sem fim!
Posso dizer que o livro é maravilhoso – e extremamente HOT! Hope é o tipo de heroina que conquista o leitor com seu jeito curioso e sua inocência e ingenuidade e o modo como luta para ajudar e fazer a diferença, mesmo que seja um trabalho de formiguinha. Ryan também é o tipo de homem que quer fazer a diferença, quer ajudar e agir, por isso resolveu ser policial, ao invés de se dedicar à carreira de advogado, como queria seu pai.
Outra coisa que me atraiu no livro foi esse paralelo que a autora traçou – a luta contra a escravidão branca em 1906 e 2008 – mostrando que podemos evoluir e crescer em tecnologia, mas, em outras áreas, continuamos a mesma sociedade de sempre, enfrentando os mesmos problemas e criando as mesmas situações. Muito bom mesmo essa comparação.
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