4 de dezembro de 2012

A Passagem de Justin Cronin

Esta é a história de vampiros que você não pode perder: 15 páginas são suficientes para cativá-lo; depois de 30, você se descobrirá prisioneiro, lendo noite adentro. Um livro com a força dos épicos.” – Stephen King


Primeiro, o imprevisível: a quebra de segurança em uma instalação secreta do governo norte-americano põe à solta um grupo de condenados à morte usados em um experimento militar. Infectados com um vírus modificado em laboratório que lhes dá incrível força, extraordinária capacidade de regeneração e hipersensibilidade à luz, tiveram os últimos traços de humanidade substituídos por um comportamento animalesco e uma insaciável sede de sangue.

Depois, o inimaginável: ao escurecer, o caos e a carnificina se instalam, e o nascer do dia seguinte revela um país – talvez um planeta – que nunca mais será o mesmo. A cada noite, a população humana se reduz e cresce o número de pessoas contaminadas pelo vírus assustador. Tudo o que resta aos poucos sobreviventes é uma longa luta em uma paisagem marcada pelo medo da escuridão, da morte e de algo ainda pior.

Enquanto a humanidade se torna presa do predador criado por ela mesma, o agente Brad Wolgast, do FBI, tenta proteger Amy, uma órfã de 6 anos e a única criança usada no malfadado experimento que deu início ao apocalipse. Mas, para Amy, esse é apenas o começo de uma longa jornada – através de décadas e milhares de quilômetros – até o lugar e o tempo em que deverá pôr fim ao que jamais deveria ter começado.


"A Passagem" é um suspense implacável, uma alegoria da luta humana diante de uma catástrofe sem precedentes. Da destruição da sociedade que conhecemos aos esforços de reconstruí-la na nova ordem que se instaura, do confronto entre o bem e o mal ao questionamento interno de cada personagem, pessoas comuns são levadas a feitos extraordinários, enfrentando seus maiores medos em um mundo que recende a morte.

The Passage # 1

Épico! Esse livro pode ser descrito assim, pois nos traz um universo rico em personagens e situações bem incomuns. No decorrer de mais de 800 páginas, vamos descobrindo um terror criado pelo Homem e a capacidade que a humanidade tem em se reinventar e se redescobrir.

Acho que esse livro pode ser considerado uma Distopia, pois nos revela um mundo destruído pelas próprias mãos dos homens. Interessante ver como um experimento para melhorar e aumentar a qualidade de vida se transforma na tentativa de se chegar a uma arma de destruição perfeita. E mais interessante ainda ver como esses seres modificados – todos condenados à morte – conseguem mesmo destruir a sociedade como a conhecemos. Acompanhar o início da carnificina é terrível e brutal. Mas ver o resultado dela tantos anos depois não fica muito atrás.

A história pode ser dividida em duas partes: a "criação dos virais" e  "o mundo depois dos virais".  O fio que une as duas partes é Amy e o mistério que a envolve.

A primeira parte nos traz a história de Amy e o modo como ela conhece Wolgast e cai vítima da experiência aterradora conduzida pelo Exército americano. Amy é uma menina doce e inteligente, mas diferente das meninas comuns. E Wolgast é um personagem intenso, triste e que carrega em si uma capacidade de amar tão imensa que é bem o que Amy necessita! Ver a interação dos dois é como ter um vislumbre de esperança num mundo que está caminhando para a desesperança total.

Há um salto de tempo de 92 anos entre as partes. E então chegamos à Primeira Colônia e vemos como eles se adaptaram ao "fim do mundo" e o quanto não sabem sobre o "Mundo de Antes". É muito interessante ver nosso mundo sob o olhar dos sobreviventes! E é interessante ver como esses mesmos sobreviventes conseguiram reconstruir a sociedade que perderam e não conheceram!  Gostei do modo como eles protegem as crianças, que são isoladas em um Abrigo até os 8 anos de idade, quando então descobrem a verdade sobre o mundo em que vivem. E é aqui que encontramos Peter, Alicia, Sara, Hollins, Michael, Caleb, Theo e Mausami que vão nos conduzir pela segunda parte da história.

Peter me lembrou muito Wolgast! Há nele uma grande tristeza e uma natureza prática. Ele aceita o mundo em que vive, aceita ficar à sombra do irmão, Theo, e a ser membro da Vigilância da cidadela. Mas há nele uma vontade, uma coragem e determinação que até ele desconhece. E, ao encontrar Amy, essa coragem vai ser o condutor da viagem que farão. E posso dizer: que viagem!!!!! E o final nos deixa com gosto de quero mais!

Adorei o modo como o narrador vai nos conduzindo pela história e vai nos alertando e surpreendendo. Às vezes, as situações estavam ocorrendo normalmente e, de repente, o narrador se intrometia e nos fazia revelações bombásticas. Fora as surpresas... sabe quando você tem certeza de que tudo se encaminha para algo inevitável e nada acontece como você estava imaginando? Justin consegue fazer você parar e ficar admirado com as cenas! Devo dizer que o terror inspirado pelos virais é bem vivo na história! E esse terror é o fio condutor da narrativa e o fator de muitos sustos e momentos de tensão. E, mesmo o livro sendo enorme, já estou aqui ansiosa pelo próximo. Esse é um universo que vou fazer questão de retornar.

1 comentários:

Lilian disse...

Esse livro é um dos meus preferidos. Certamente um épico, como você disse, e muito subestimado, na minha opinião. Era um livro que deveria ter bombado e não bombou. Desanimei porque parece que a continuação não é lá essas coisas, mas vou querer ler mesmo assim. Suas impressões bateram muito com as minhas...

beijos!