Resumo
Caldwell, NY, tem sido há tempos o campo de batalha entre os vampiros e seus inimigos, a Sociedade dos Lessers (Lessening Society). É também o local onde Rehvenge consolidou sua reputação como traficante e proprietário de um famoso nightclub que reúne os ricos e bem armados. Sua reputação sombria é o motivo exato de ter sido procurado para matar Wrath, o Rei Cego e líder da Irmandade.
Rehvenge sempre se manteve distante da Irmandade, mesmo sua irmã tendo se casado com um dos membros. Por ele ser um sympath, sua identidade é mortalmente secreta – se revelada pode resultar em seu banimento para uma colônia dos sociopatas. E conforme as tramas dentro e fora da Irmandade cobram seu preço de Rehvenge, ele se volta para a única fonte de luz em um mundo escuro – Ehlena, uma vampira intocada pela corrupção que o cerca – e a única coisa que se coloca entre ele e a destruição eterna.
Em primeiro lugar tenho de admitir que estava com medo de ler esse livro. Explico: apesar de adorar o estilo da autora e amar a série, os últimos dois livros foram um tanto quanto “diferentes” (não sei se esse seria o termo, visto que para mim essa é uma série única e diferente) entrando em terreno ou situações que não me deixavam ver claramente para onde as coisas estavam caminhando (não que não tenha gostado dos livros, mas estava com medo da direção que a série estava tomando). E também teve alguns spoilers e referências no Message Board da autora detalhando certos acontecimentos futuros com os quais ainda não estou tão certa de gostar.
Enfim, meu medo era que a J.R. tivesse perdido a magia e, consequentemente, a série acabasse por desandar. Mas para minha grande surpresa e felicidade o livro é muito bom e quase chega a se igualar aos três primeiros (que são meus favoritos na série até agora). Rehvenge e Ehlena são fantástico juntos e as cenas em que aparecem são ternas e comoventes e hots e apaixonadas. Outros plots também têm resolução e novas situações acontecem deixando um gancho para o próximo volume e já me deixando ansiosa e na espera de mais de um ano para reencontrar a Irmandade.
Um dos pontos altos do livro é que Ward consegue nos fazer torcer por um personagem que é traficante, cafetão, cruel e assassino. Rehv é tudo isso e muito mais. Como dono do ZeroSum, um clube onde drogas, bebidas, mulheres, jogatina e vários outros vícios são permitidos e encorajados, ele ganha rios de dinheiro, mas também corre altos riscos. Xhex e Trez e iAm são seus únicos amigos e guarda-costas, além de ajudar na condução do clube e de outros negócios.
Mas esse é um lado de Rehv que a sociedade vampírica não conhece. Ele é um dos líderes do povo, sendo presidente do Conselho, um vampiro respeitado e seguidor das leis. Sua mãe é um dos baluartes da fé, uma mulher que é procurada para falar sobre tradições e festividades. Bella, sua irmã, é casada com Zsadist, um dos membros da Irmandade. Ela nem imagina que ele tem sangue sympath, ou é mestiço. Qualquer vampiro que souber da existência de um sympath entre eles tem a obrigação de entregá-lo ao rei para ser exilado na colônia que fica na fronteira com o Canadá. Se não o fizer corre o risco de enfrentar as leis e os castigos por tal omissão.
Para refrear seu lado sympath, Rehvenge usa dopamina. Ele aplica as injeções constantemente e suas veias já estão infeccionadas e saturadas. Para conseguir a droga ele vai frequentemente à Clinica de Havers, que é o hospital que atende a raça dos vampiros. Lá trabalha Ehlena, uma vampira enfermeira que não tem uma vida fácil e por quem Rehv sempre nutriu uma certa atração. Era ela quem ele sempre desejava que o viesse atender, apesar de nunca ter ultrapassado os limites ou demonstrado esse interesse.
O pai de Ehlena é esquizofrênico e sofre de crises horríveis. Ela é filha única e, consequentemente, a responsável por cuidar do pai viúvo. A família dela fazia parte da glymera (a aristocracia dos vampiros, igual a Ton em Londres na época da regência), mas com a doença do pai perderam tudo e agora vivem em uma casinha alugada e com enormes dificuldades para se manterem. Ela sempre sentiu uma certa atração por Rehv também, mas nunca se achou digna dele, e ele também sempre a amedrontou, assim como às outras enfermeiras e fêmeas em geral – o que é uma característica dele.
Mas tudo muda numa noite quando, depois de uma crise de seu pai, Ehlena chega para trabalhar já emocionalmente abalada e acaba por atender Rehvenge. Ao notar como as veias dele estão inflamadas ela acaba por se preocupar com ele e o procura ao perceber que ele não falou nada ao médico sobre essa condição. É quando começam as conversas por telefone – longas e reveladoras e tão românticas que me fizeram sorrir e suspirar.
Entre os encontros no apartamento dele e as conversas por telefone durante o dia o relacionamento deles floresce e é muito lindo ver os dois juntos. Claro que também há desentendimentos, separações, brigas e até mesmo resgate e superação.
Quanto ao resto da Irmandade e dos acontecimentos que começaram no livro do Phury, alguns foram resolvidos, enquanto outros tiveram mais desdobramentos e com certeza vão continuar no próximo livro da série, que ao que tudo indica vai ser do JM.
JM nesse livro sofreu muito e praticamente se transformou. Se para melhor ou pior vamos ver em seu livro. Eu, particularmente, entendi o que aconteceu com ele e o fez mudar, mas não sei se ainda aceitei bem essa mudança, ou o John que saiu dela. Acho que faltou um pouco de tomada de atitude de Wrath e Zsadist (e, por que não dizer, até mesmo de Thor) para ajudá-lo. Mas, por outro lado, Wrath, que teve uma grande participação nesse livro (não só em importância, mas literalmente), também enfrentou e está enfrentando problemas muito graves e o futuro da raça e da guerra contra os lessers está sobrecarregando, e muito, seus ombros.
O bom é que esse livro reavivou a chama que eu achava ter sido diminuido com os spoiler que tinha visto no Fórum da JR e que não tinham me agradado nem um pouco. E, pelo jeito, J.R. vai conseguir me fazer mudar de idéia e eu ainda vou pagar minha boca…
Uma amostrinha…
- Era isso o que tinha planejado?
Os olhos deles se encontraram. Droga, ela era perfeita. Radiante, como as velas tinha sido. – Você ficando até o cafezinho? Sim, acho que um encontro era o que eu queria.
- Pensei que tivesse concordado comigo?
Cara, aquele tom ofegante na voz dela fazia com que ele desejasse acolhê-la contra seu peito nu.
- Concordado com você? – ele disse. – Diabos, se isso a deixasse feliz eu diria sim para qualquer coisa. Mas a que você está se referindo?
- Você disse... que eu não deveria me encontrar com qualquer um.
Ah, claro. – Você não deveria.
- Não entendo.
Foda-se, mas ele decidiu agir. Rehv colocou seu cotovelo insensível na mesa e se inclinou na direção dela. Conforme ele diminuía a distância, os olhos dela se arregalavam, mas ela não se afastou.
Ele parou para dar a ela a chance de dizer-lhe para parar. Por que? Ele não sabia. Seu lado sympath fazia pausas apenas para analisar ou melhor lucrar com a fraqueza. Mas ela o fazia querer ser decente.
Ehlena não pediu para que ele se afastasse, porém. – Eu... não entendo. – ela sussurrou.
- É simples. Não acho que você deva sair com qualquer um. – Rehv se aproximou ainda mais, até que pudesse ver os pontos dourados nos olhos dela. – Mas eu não sou qualquer um.
Eu não sou qualquer um.
Enquanto Ehlena encarava os olhos ametistas de Rehvenge, ela pensou o quanto isso era correto. Naquele momento de silêncio, com uma explosiva vibração sexual ligando-os e o cheiro de perfume no ar, Rehvenge era todos e tudo.
- Você vai me deixar beijá-la. – ele disse.
Não era uma pergunta, mas ela concordou com a cabeça, e ele acabou com a distância entre os lábios deles.
Os lábios dele eram macios e o beijo suave. E ele se afastou muito rápido, na opinião dela. Muito rápido mesmo.
- Se você quiser mais, - ele disse numa voz baixa, rouca, - eu quero lhe dar.
3 comentários:
Afff! Mas que trecho é esse! Que loucura!
Nossa! Será que não tem nenhuma editora inteligente e com visão empresarial pra lançar essa série aqui no Brasil!!!!!!!
Porque ler versão digitalizada é uma pena e ler em inglês eu sofro demais, rsrsrs.
bjos
Tonks,
Eu espero (rezo) para que uma editora brasileira se interesse por essa série. Quem sabe, se ela conseguir chegar em primeiro ou segundo lugar nas listas dos mais vendidos nos EUA(principalmente o livro sendo em hardcover = mais caro)isso não aconteça?
E quanto à cena, foi difícil escolher, pois tem várias cenas maravilhosas dos dois.
bjs
Deus Deus meu!
Sera pq não consigo parar de ler esse comentário?
São colírio para meus olhos?
Mel em minha boca??
Alivo para o meu coração??
Amiga obrigada!
bjs
Karyne
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