Neste primeiro volume da Trilogia da Fraternidade, você conhecerá as Irmãs Concannon: mulheres modernas, ligadas ao eterno e intempestivo espírito da terra. Laços de Fogo é a história de uma artista impetuosa que não pode fugir de seu passado…tampouco de um grande amor.
Talentosa, solitária, teimosa e dona de um espírito libertário, Maggie Concannon é uma artista especializada na arte em vidro, cujos trabalhos sensíveis são muito mais do que meros objetos de beleza, mas reflexos de sua verdadeira natureza. Surge então um homem, o marchand Rogan Sweeney, que percebe a alma e a pureza de sua arte e se propõe a ajudá-la a construir uma carreira de sucesso. Quando Rogan chega ao isolado estúdio de Maggie, o coração dela se inflama com a arrebatadora atração que surge entre eles…e seu passado sombrio será iluminado por um amor tranquilo, gentil e complacente.
Esse livro recebeu várias recomendações. Não resisti…
Maggie é uma mulher forte, independente, determinada, teimosa. Uma mulher que gosta da solidão e de sua arte. Que cria obras que vem do coração e da alma. Ama o pai e a irmã – Brianna. Vive às turras com a mãe (que, cá para nós, é uma mulher amarga, infeliz e intratável!). Com a morte do pai, ela e Brianna lutam para sobreviver e se apóiam uma na outra. Isso até aparecer Rogan Sweeney e sua proposta em tornar Maggie famosa.
Rogan é um homem rico. Apaixonado por arte, ele dirige galerias pela Europa e América do Norte. Seu sonho é descobrir e patrocinar talentos irlandeses. Ao ver a obra de Maggie, ele decide que ela será a primeira de muitos artistas irlandeses agenciados por ele. Mas Maggie é jogo duro. Ela teme vender uma parte de sua alma ao aceitar a proposta de Rogan.
É interessante observar como uma mulher tão forte, pode ser tão frágil e delicada! Ao mesmo tempo em que tem o gênio intempestivo e briguento, Maggie esconde seus medos e anseios atrás de uma máscara de agressividade e arrogância. Seu medo de se relacionar e sua determinação em ficar só têm raízes profundas e Rogan tem de lutar para mostrar a ela que tudo pode ser diferente.
Maggie, como as esculturas de vidro que cria, também é um ser que se amolda pelo fogo: da paixão, da vida, da raiva. É um livro em que sempre se faz um paralelo entre a obra criada por Maggie e a personalidade e acontecimentos vivenciados pelo personagem. Tem uma passagem em que Maggie conversa com o pai sobre o amor dele com a esposa que revela muito do livro:
- Você a amou alguma vez, papai?
- Sim, um amor tão quente quanto um de seus fornos. Você veio dali, Maggie Mae. Você nasceu do fogo, como uma de suas estatuetas mais lindas e vistosas. Embora muito desse fogo tenha gelado, ele foi intenso um dia. Talvez, se não tivesse sido tão ardente, tão forte, pudéssemos tê-lo feito durar.
Creio que daí veio o título original: Born in Fire. E acho que a tradução deixou muito a desejar, pelo menos com relação ao título. Perdeu-se a referência do romance.
Adorei os personagens secundários na trama: Joseph, Patrícia, Christina e Nyall. A mãe de Maggie e Brianna – Maeve – é um caso à parte. Personagem detestável, mas muito importante. Tenho de destacar também os habitantes da vila de Clare, pois deram um tom de realismo e afetividade ao livro.
Nora realmente consegue nos transportar para a Irlanda e nos fazer ver os cenários que só vemos em foto. Só que no livro há cor, movimento, luz e vida.
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